terça-feira, 30 de agosto de 2011

Sim, meu Jamor

Às vezes ouço relatos de pessoas que abandonaram tudo, os seus amigos, profissão, casa e referências e partem para outro território para, com outra língua e outras gentes, procurar melhores condições de vida. Eu admiro essas pessoas. Julgo que deve ser preciso muita coragem. Eu admito que me sinto agarrada, não a uma rotina (não é isso) mas àquilo que considero ser as minhas pessoas, os meus espaços....a minha identidade. Pensei nisto ontem quando, aborrecida com a vida, corri pelo meu Jamor. Sim, meu Jamor. Passando pelos courts de ténis, aquela cor e aquele cheiro suditamente fizeram-me recordar 15/20 anos. E relembrei tanta coisa que fez com que eu percebesse o porquê de me sentir tão bem naquele espaço. Desde os piquenines com os meus pais (quando ainda eramos uma família...), às vezes que fazíamos o circuito...até depois, já com os amigos, quando passei tardes a jogar ténis ou vá a roubar bolas (!!!), sem falar nas gincanas de bicicleta  (episódios que mereciam todo um outro texto)...mais tarde, quando aprendi a conduzir ao volante de UMM monstruoso e... agora...é a este mesmo sítio que levo os meus filhos ao parque, a jogar à bola ou a andar de bicicleta. É aqui, bem à beira da água, nos pedragulhos desconfortáveis, que me sento com a minha melhor amiga e partilho aquilo que me aflige ou alegra. É aqui que, no final do dia ou à noite, corro acompanhada ou sozinha ouvindo música e cheirando os mesmos odores que não mudaram nestes últimos anos. Gosto.


Sem comentários:

Enviar um comentário