domingo, 5 de agosto de 2012

Havia alguém em Manta Rota que tinha Internet. Mas quando tentei aceder, clandestinamente, pediu uma tal de password. Raios!


Há pessoas que são dotadas de bom senso e outras que, simplesmente, não! Eu sou o exemplo do caso negativo. Inocentezinha, pensei como seria libertador ir de férias sem internet. Como seria saudável desprender-me desse vício que é espreitar a vida alheia ou partilhar a minha própria. “Vai-te fazer bem!”- pensei eu… Que parvoíce! Estive limitada, durante uma semana, a uma televisão que para além dos quatro canais portugueses (que param de cada vez que a TDT nos lembra como somos fraquinhos), brindou-me com mais uns duzentos que falam uma língua que eu simplesmente abomino. Ah… e pior. Para ultrapassar a carência de futilidades muni-me de revistas cor-de-rosa. Para além de me ter apercebido que não conheço a nata da sociedade portuguesa, vejo agora que toda a gente “tem projectos” menos eu! Qualquer menina que transpire saúde e beleza (e maminhas perfeitas) tem vários projectos. Mas nada pode dizer ou contar. Não sei se é pura avareza ou estão de conluio com os editores das revistas. Julga aquela gente que nos prende- tipo telenovela- a um desenvolvimento profissional que se concretiza após Setembro? Se contam que eu compre mais alguma revista estão redondamente enganados. Já percebi que há gente que se separou, gente que se voltou a juntar, outros que declararam falência, alguns que transpiram cocaína e toda uma dinâmica relacional/amorosa digna de resultar em crime passional. Sou menina até para comprar O Crime. Creio que não acabam o verão sem assassinar alguém com um chapéu de sol ou com um espeto da grelha. E as crianças? Que felizes nas suas roupas a combinar, cavalgando em cima de animais e convivendo com os seus novos irmãos, resultado do mais recente amor de verão dos seus papás que agora descobriram a razão de viver (pelo menos até Setembro)… Ah… quem é que necessita de internet? Eu. Admito. Assumo. E quando é que me apercebo desta terrível realidade? Quando, pela primeira vez na vida, dei por mim a ler o Record na praia. Fustiguei-me até mais não...

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