sábado, 23 de fevereiro de 2013

À antiga

Hoje, enquanto preparava o jantar que mais tarde oferecerei aos meus amigos, dei por mim a pensar na quantidade de coisas que ainda faço. Que ainda gosto de fazer.
Ainda faço comida com panelas e colher de pau. Ainda cozinho refogados e puré com batatas daquelas que crescem na terra. Ainda coso meias e faço bainhas. Ainda digo mamã e papá. Aqueço a roupa dos meus filhos, nas manhãs frias. Ainda gosto de andar de mãos dadas. Ainda gosto de beijos e abraços. De olhar nos olhos. De escrever cartas a quem gosto. De telefonar aos meus amigos. Ainda gosto de comprar o pão na Dona Maria. Ainda gosto de uma bolsa de água quente. De dormir em conchinha. Ainda gosto de mel no chá e do cheiro a lareira. Ainda gosto de mergulhar no mar e corridas nas ondas. De andar de chinelos e de sentir a areia nos pés. Ainda gosto de ir ao mercado de Algés comprar caracóis ou ao Eduardo, no final de um dia de praia. Ainda gosto de céralac. De telefonar à minha mãe e ao meu pai. Ainda gosto de rir até me doer a barriga. De dizer coisas parvas. De cumprimentar todos os que por mim passam. Ainda gosto de sorrir.

6 comentários:

  1. Ao ler este post é que me dei conta da quantidade de antigos hábitos que fui abandonando com o correr dos anos. Também uso colheres de pau, mel no chá, também gosto de mergulhar nas ondas, de ataques de riso, de dizer coisas parvas, de sorrir, dos meus pais. Mas houve tanto que se perdeu pelo caminho. Se é motivo de tristeza? Penso que não; como dizia o outro, o mundo pula e avança, e com ele nós vamos mudando também. Claro que os reencontros com antigos prazeres são sempre uma delícia... mas às vezes já não são mais que uma memória.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Concordo plenamente! Há coisas que é bom deixar para trás. Substituir por outras. Mas há coisas... que eu gosto de manter ;) bjs

      Eliminar
  2. Ora bem, a pergunta que me assolou foi: se gostas de escrever cartas, porque nunca recebi uma?

    ResponderEliminar