segunda-feira, 8 de abril de 2013

Inventar pecados, é pecado?

Domingo de Páscoa fui à missa. Do início ao fim. De fio a pavio. Ali, estoicamente, a servir de exemplo à minha cria mais crescida que, daqui a uns mesinhos, fará a Primeira Comunhão. E fomos as duas, num cenário que não é habitual. Por norma, vou buscá-la, a ela e ao irmão, àqueles banquinhos onde estão sentados com as suas catequistas e amigos. Não vê que só chego no fim. Não vê que não comungo. Que me falham algumas palavras da doutrina que é repetida oralmente, semana após semana. Lado a lado, questionou-me: porque é que nunca vais tomar a hóstia? Expliquei-lhe que, para tal, era importante assegurar que "estávamos sem pecados". Ou, pelo menos, que nos teríamos confessado há pouco tempo. Expliquei-lhe tudo. O conceito da "pureza" para recebermos toda a simbologia da hóstia. O que significava confessar. Como acontecia. O que se dizia e o perdão concedido pelas rezas atribuídas.
Ora, a última vez que me confessei foi antes de casar. Conto quase 11 anos e nem assim me esqueço de como isso me deixou  nervosa, na altura. Só pensava "mas o que hei-de dizer?" E continuo a pensar... agora que o tenho de fazer novamente. 11 anos. Por onde começar? Estou a reflectir agora, ao mesmo tempo que sorrio. Pequei? Claro que sim! Todos os dias. Quando estou chateada e descarrego em quem gosto. Quando cansada, demonstro pouca paciência para quem precisa de mim. Quando estou centrada nas minhas angústias e tenho dificuldade em pensar nos outros. Quando não me apetece dar a outra face. Quando... quando... quando... Sou má pessoa? Faço mal a alguém intencionalmente? Desejo prejudicar?  Não preciso responder.
Assim- respirar- o que dizer?

6 comentários:

  1. Isso tudo. :)

    (hoje está toda a gente muito virada para a religião...)

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  2. Oh pá, Snail! Não tem comparação!! Os raios de luz do teu ser, dão cabo de mim!!!!!

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  3. Explicou-me um padre que para haver pecado há que ter intenção de fazer mal, e parece-me que tu não reunes essas condições.
    :DD

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  4. Ohhhh! já não é assim... A comunhão perdoa os pecados veniais, que todos cometemos no dia-a-dia. Poe comungar sem se confessor se a sua consciência for uma bitola de tolerância e de não intenção. Não dá confessar a padres que conhecemos como homens com defeitos e virtudes. Mais inesperientes do que nós, do que eu que já tenho alguns anos. Pergunte a uma catequista e verá que a sua filhota ganhou pontos.É o que eu penso que vai acontecer.

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  5. como eu me revi ...
    numa missa de promessas, em campo, falando de disparates, a dada altura o padre diz: devem seguir o exemplo dos vossos chefes, dos vossos catequistas, dos vossos pais, que obviamente não andam sempre a fazer ou a dizer disparates. um dedinho de lobito espetou-se no ar e logo soltou o verbo: - a minha mãe faz muitos. de repente tinha todos os olhos da assembleia postos em mim. a inocência das criancinhas é linda ...

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