domingo, 22 de setembro de 2013

Escrita Viva

Na sexta-feira fui à apresentação de um livro que não li. Não conhecia a autora, não sabia nada. Fui apenas movida pela amizade que tenho pela Carla e pelo desejo de uma noite junto dos mais recentes meus. Mas o rumo de um momento formal mudou pela espontaneidade da autora. Passámos então à conversa mas, mesmo assim, não fiz a pergunta que assaltava o meu pensamento. Como se passa de uma escrita que é nossa- um relato do mundo próximo- às verdadeiras histórias? Aquelas que têm tramas, enredos e personagens que se apaixonam e morrem? Como se transita do diário para o livro? Eram perguntas que, no meu íntimo, colocavam em diferentes níveis aqueles que escrevem. Como se os primeiros se tratassem de amadores e os segundos profissionais. Mas nem de segundos precisei para eliminar o meu próprio registo de preconceito. Escrita é escrita, ponto final. Mudam apenas os conteúdos, os estilos e talvez os objectivos de quem escreve. Adorava escrever um livro, não minto. E talvez um dia surja dentro da minha cabeça uma história suficientemente interessante e consistente que me faça empenhar todo o meu tempo e coração numa tentativa de a dar a conhecer da mesma forma que a imaginei mas... hoje, a minha escrita é, essencialmente, um registo. A minha história e dos meus. Foi sempre esse o meu ímpeto. Gravar momentos que o tempo se encarrega de fazer esquecer. Quando leio o meu blog (sim, gosto de ler o que escrevo) sei exactamente identificar a cronologia da minha vida e dos meus sentimentos. Já escrevi muita coisa que vos fez rir em alturas que me apetecia chorar. Já escrevi outros que estão secretamente gravados nos rascunhos. Já escrevi zangada com palavras doces e ri sozinha com os disparates que vos contei. A minha vida está um bocadinho aqui e se me disserem que isto não é escrita válida e legítima, não acredito. Quando a Limetree confiou em mim, fez-me crer ainda mais. E a parceria surgiu. Porque identifiquei-me com o seu conceito. Registar a nossa história, de forma criativa e segura, fazendo o nosso próprio livro- a nossa obra de arte. E hoje, passado algum tempo de uma associação feliz, fiquei ainda mais contente. Porque o novo projecto "Regando Sorrisos" foi-me apresentado pela minha querida Liliana. Pela mão da Teresa. Ao lado da sempre Marta e ao pé de tantos outros que comecei a conhecer. Ontem, abracei finalmente a Sofia, ri-me com a Lénia, revi a Niki, conheci a doce Olga e encantei-me com a outra Sofia dos Batons e Biberons. Adorei cada minuto e sinto-me agradecida pelo dia em que me aventurei por este desafio que está longe de ser virtual.
 

5 comentários:

  1. Um grande beijinho e um enorme obrigado, pela vossa alegria e boa-disposição!
    Juntos fizemos com que um programa simples (ver borboletas e deixar as crianças aprenderem um bocadinho) se transformasse numa manhã fantástica.

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  2. Gostei tanto deste texto. Tanto.
    És maravilhosa.

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  3. Vai chamar queridaa outra, pá!

    (Gosto mesmo de ti, que nérves!)

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  4. Adoro quando escreves assim, de forma intimista. Isto pode fazer parte de um livro, ou ser um género de livro... mil beijos, querida e obrigada por teres ido.

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