quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Hoje?

Hoje ia para casa mais cedo. E o meu serão era interminável. Deitava-me no sofá com aquela mesinha mesmo em frente. Imagino uma caneca de café, bem cheia como eu gosto, e se calhar uns biscoitos para contrabalançar o amargo. Podiam ser aquelas bolachinhas com marmelada no meio e doce de morango por cima. Lia umas 50 páginas daquele livro que tenho adiado começar e logo, logo a seguir via dois episódios daquela série que é só para mim. Chegavam, então, os míudos pela mão dele. Só havia sorrisos e brincadeiras. Tomavam banho sozinhos e vestiam o pijama sem que eu lhes precisasse dirigir palavras de ordem. As mochilas apareciam miraculosamente feitas, com os lanches preparados com amor. Mesmo assim vestidos iam jantar a casa dos avós. E isto ainda eram 7 da tarde... Tomava, então, um banho no silêncio e vestia uma outra roupa. Um vestido. Sim! Com uns sapatos confortáveis e um casaco. Bastava-me descer o elevador que ele estaria à minha espera no carro. Também ele sorridente, me levaria para o restaurante. Não havia indecisão. Íamos. Vou ser precisa. Queria que fossemos em direcção a Alcântara, ao KOI. Pedia um chá de hortelã e menta e aceitava todas as sugestões. Sentados nos sofás brancos, comíamos devagar. Não iria pensar nas três reuniões que tenho amanhã, nem no documento que não sei fazer e muito menos na roupa que vou vestir ou no que descongelar para os jantares das próximas três semanas. Conversariamos, apenas, sobre planos. Do que gostariamos de mudar na nossa casa, do que gostariamos de ver ou visitar, dos amigos novos e antigos que queriamos ter por perto e, dos nossos filhos. Ficariamos cheios de saudades e, depois de mais um chá, regressávamos a casa dos avós. Eles já dormiriam. Pegávamos, como podíamos, ao colo e deitavamos os nossos bebés crescidos nas camas já abertas. E, ainda eram 8 da noite...
 
Este é o efeito da chuva em mim!

2 comentários:

  1. Ia para casa à hora do costume, ao abrir a porta reparava que alguém já lá estava dentro. Ouvia-se a nossa música e no ar o cheiro a lume. "Está aberta a época da lareira". Com as primeiras chuvas vinham os aconchegos da lareira acesa. Agora, com as primeiras chuvas vem o frio pela chaminé da lareira apagada e o medo das trovoadas, com a certeza que se vierem não terei os abraços apaziguadores.

    Um beijinho

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    1. Ó Helena! Nem sei o que lhe diga. Que infelizmente consigo compreendê-la um pouco. Mas não queria. Por mim e por si. Um beijinho

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