terça-feira, 24 de setembro de 2013

Nunca

Há dias em que, sem que nada o faça prever, o meu filho começa a chorar. Tem saudades do Papa Bolachas. O cão que nas férias era seu há já alguns anos. Rafeiro alentejano, maior do que si próprio, foi a principal tristeza quando dissemos para sempre adeus àquela que foi a nossa terra durante quase vinte anos. Despedimo-nos nós do Alentejo e o meu filho aprendeu o significado da palavra 'nunca'. Numa linha incomparável aprendi também eu a dura condição. E também sem que nada o adivinhe, o nó na garganta invade-me e sinto-me assim... com os mesmos 6 anos e com uma certeza que não queria ter. Afinal, é o nunca... E não o adeus. 

5 comentários:

  1. Como te entendo e como é duro entender e engolir o "nunca"...
    Há dias em que até parece que não existe e que nada aconteceu e que para a semana ou para o mês que vem há um almoço...
    Um telefone fixo que se verifica se tem bateria para receber uma chamada que se recorda que afinal não vai acontecer...
    Uma viagem curta na auto-estrada e reação de aproveitar o tempo para fazer uma chamada que já não vai ser atendida.
    Há dias em que o nunca é mesmo uma f***!!!

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  2. Como entendo estas suas palavras, a tristeza e as lágrimas. O Nunca passa a ser uma certeza, nunca mais o vou ver; nunca mais o vou abraçar; nunca mais o vou ouvir; nunca mais nada.

    Um abraço apertado para si e outro para o seu menino.

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  3. Beijinhos para todos e obrigada! Sinceramente.

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