quinta-feira, 3 de outubro de 2013

'Maggie, eu vou passar'- dizem eles e eu...

Hoje estive toda a manhã numa instituição que acolhe crianças e jovens em risco e lembrei-me da Maggie.
Percorri os corredores, vi os quartos, observei as fotografias mas, foi só depois de duas horas de conversa que me lembrei dela. Porque conheci as histórias dos miúdos. Que se sentem em casa, que encontraram a sua família e que não desejam o projecto para si traçado. Falo da adopção. Porque ali, naquela casa antiga, mas apropriada e vivida, encontraram a sua segurança. A sua experiência de família. Diferente de tantas outras. E ouvi histórias. De como se assustam com a saída. Como nem sempre se encantam por aquilo que sonhamos ser o seu sonho. E se revoltam, se iriçam e querem voltar atrás. E afastam os seus pais, a sua nova família. Pensava como era difícil. Tal como ainda é para nós e para a Maggie- a gata do meu pai. Que de repente se viu  aqui. Numa casa onde se corre, onde rolam bolas nos corredores. Onde de vez enquanto há choros ou sonoras gargalhadas. Onde se aspira muito e onde a varinha mágica faz barulho até mais não. E tudo é medo. E tudo é reação. Porque já não está o que se conhece... E quando nos sopra e arranha também nos assusta. E afasta. Mas como se de um amor novo se tratasse as tentativas sucedem-se. E a aproximação torna-se uma sedução. E eu já me apaixonei...

4 comentários:

  1. Credo! Por melhor que seja uma instituição, uma família organizada é mil vezes melhor! Essa gata que o diga... Só custa o primeiro dia/mês/ano (riscar o que não interessa). Depois fica para a vida toda!

    (um) beijo de mulata

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    Respostas
    1. Sim Mulata! Concordo! É o medo da mudança!... Beijinho

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