terça-feira, 15 de outubro de 2013

Modernóservideira

Hoje, a propósito de uma reflexão acerca da evolução da condição feminina, alguém dava um exemplo caricato. Um senhor, nos oitenta e muitos, procurava pela sua mulher numa clínica médica. Quando lhe perguntaram acerca da especialidade, o dito senhor, em surdina, mencionou os cuidados com a servideira da sua mulher.  Quando pensamos na distância que nos separa, a nós actuais mulheres, dessa condição de submissão, servidão e outros 'ãos' quase que sorrimos. Estamos tão longe, tão acima, tão, tão... e no entanto aqui estou eu. Às nove e meia da noite, sem ter-me sentado ainda- a não ser para aspirar o jantar- para mais um compromisso. Um tal de papel que nós mulheres vamos assumindo/acumulando orgulhosamente, à custa.... a chamada polivalência que agora dispensava de bom agrado. Porque me doem os pés, as lentes de contacto colam-se aos olhos e o meu espírito ambiciona apenas e só: um sofá e uma telenovela brasileira que me façam esquecer a minha maravilhosa condição de mulher moderna. E uma servideira sogadita...

4 comentários:

  1. Ehehehehehehehehehhhehehehhehehehehehehhehe

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  2. Apenas um reparo: não são só "ãos" são "eiras"...

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  3. :)
    Há uns dias atendia uma moça que vinha acompanhada de um moço que prontamente se sentou nos confortáveis sofás que a loja dispõe.
    Diz-me ela, "preciso que me digitalize a foto para colocar no currículo" e saca da pasta com toda a documentação. Recebo a foto e o currículo que verifico serem do rapaz confortavelmente sentado. Tinham 20 e poucos anos.

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