Era assim que um colega meu me chamava. Quando trabalhávamos juntos, parava, olhava para mim e, enfiando as suas mãos nos caracóis, dizia "tu pensas em tudo!!!" .O ar dele era sempre de espanto. Ficava admirado e eu sorria. Sempre fui assim. Mulher de planos, cenários e hipóteses. Caminhos prováveis e acções respeitantes. Tudo previsto, tudo controlado. Tudo conduzido. Também o meu pai suspirava quando o mandava virar à esquerda ou estacionar no lugar que eu entendia. Respondia, apenas, "sim, meu general". Hoje quando me vi rodeada entre carros de polícias, com caçadeiras em punho, assumi toda a minha culpa. Numa zona manhosa da cidade, numa estrada onde mal cabia o meu carro, disse sumidamente ao meu marido que me havia enganado. E não me custou dar-lhe o comando. Porque mudei. Um bocadinho, mas mudei. Hoje, faço menos planos. Muito menos planos. Não que tenha modificado a minha essência. Apenas cresci mais um pouco. Aprendi que a beleza, está muitas vezes no inesperado, na surpresa... e que não consigo controlar o incontrolável. E está tudo bem!
Em psicologia usa-se essa analogia para os pensamentos. Há pensamentos que vêm à cabeça, são negativos e inúteis, não podemos fazer com que não apareçam, mas podemos fazer com que não nos agarremos a eles. Usamos assim a mente tefal. Não agarra nada
ResponderEliminarOu será teflon? Mas percebes, a ideia das panelas anti-aderentes
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