Nem sempre consigo descomplicar a maternidade. Simples quando a solução passava por um biberon morno ou uma fralda fresca. Fácil quando o colo e a chucha acalmavam as frustrações ou quando um brinquedo era trocado por lágrimas suspensas. Quando achava que era difícil, não era. As noites por dormir, gengivas a romper, birras sonoras não se comparam ao agora enfrentado. Muitas vezes não sei exactamente o que fazer. Pior, não tenho a certeza das minhas acções. Quando o castigo é demais, quando as palavras duras são a menos, quando o carinho deve prevalecer… Nem sempre é claro este equilíbrio. Porque esta é uma aprendizagem mútua, onde se mistura e confunde, a emoção, o instinto e a racionalidade. Hoje, senti-me ainda mais pequena do que a minha criança pequena. Ao meu lado, do outro lado da janela do carro, não tive vontade de me despedir para a deixar na escola. Estava demasiado zangada. Muito zangada, mesmo. Queria que ela sentisse a consequência das suas acções. Mas acabei por o fazer. De forma fria e distante, diferente de todos os outros dias. E fiquei assim todo o dia. Como uma pedra de gelo, incapaz de descongelar. Com dúvidas, acima de tudo. Quando chegou mantive a postura. Talvez de modo infantil, quero que perceba. Que sinta do mesmo modo. Ainda assim estou. A fingir que nada me afecta, quando estou muito afectada. Ela olha para mim de modo doce. Sabe o que fez e em jeito de conquista, tenta derrubar-me pelo amor. A minha teimosia permanece e continuo com dúvidas. Não sei se deva ceder à sua não inocente sedução, ou se me mantenha na distância calculada. Continuo com dúvidas.
Coloquei a cruz no sim. Também aqui.
Conheço o sentimento. É horrível!!
ResponderEliminarCom uma filha adolescente a coisa torna-se pior.....
A sua filha arrependeu-se e isso é positivo, a insistência para que a desculpasse é, a meu ver, um bom sinal e motivo para que escolhesse o sim.
ResponderEliminarUm abraço
Eu acho que será assim vida inteira. Eles apanham-nos os pontos fracos e fazem uma pequenina ideia da definição de amor incondicional
ResponderEliminarestás a dizer que aqueles os seres pequeninos lá de casa, que me pedem colo a todo o instante, com ar dócil e de olhinhos à gato das botas, quando crescem escrevem estes post-its?!
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