quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Um post sobre nada ou eu não enfrentei verdadeiramente o medo [apenas corri mais rápido]

No outro dia, enquanto corria na montanha, a dada altura fiquei sozinha. Foram apenas alguns quilómetros. Só o barulho da minha passada, o verde que me rodeava e a vista sem fim. Atravessei-me com alguns animais mas foram os cães que me levaram a memórias antigas. Ladravam à minha passagem e, apenas segundos depois, apercebi-me do que fazia. Quando dei por mim tinha os dedos a tapar os ouvidos e os olhos entre um abrir e fechar constante. Lembrei-me que fazia isto quando era pequena. Encolhia-me e tentava anular-me. Cerrava os olhos e tapava os ouvidos como se esses gestos me tornassem invisível. Não me lembrava deste meu medo até àquele momento. 
É estranho como funciona a nossa mente. Achamos que somos crescidos, que evoluímos ou que mudámos e de repente estamos ali encolhidos outra vez.  
Mas eu passei e os cães continuaram a ladrar. Os muros eram suficientemente altos ou as correntes demasiado curtas. Não me apanharam. 
Curioso como alguns medos continuam mas acabamos por arranjar uma forma de lidar com eles. Ou de os contornar, pelo menos. 


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