tag:blogger.com,1999:blog-2022816117249366342024-03-05T12:45:50.732+00:00Pedagogia do TerrorAnonymoushttp://www.blogger.com/profile/18105611252390461531noreply@blogger.comBlogger953125tag:blogger.com,1999:blog-202281611724936634.post-61419884034845143542017-02-14T23:23:00.003+00:002017-02-15T09:54:32.593+00:00Quase sempre, coiso<div style="text-align: justify;">
Isto do amor. Tanto para falar, nada para concluir. Interpretações que servem para cada pessoa, entendimentos que mudam com as circunstâncias, os lugares, os tempos, as pessoas, os humores, os cheiros e sei lá mais quantas variáveis. Amor pela vida, pelo semelhante, pelo diferente, pela arte, pelos bichos, pedras, calhaus e afins. Amor que nasce e morre, amor eterno- amor que dói e amor que explode em prazer. Palavra que é muda ou anunciada aos quatro ventos. [Guardada por alguns, esbanjada por outros.] Tanto para dizer, nada para concluir. Sabemos que aquece, conforta e dá sentido. Sabemos que destrói, que tira, que dói. Nada para concluir.</div>
<div style="text-align: justify;">
Hoje no médico, em fase prévia, perguntaram-me "fuma?" - não. "E beber, bebe?" - não. "E coisar? Ao menos coisa?"</div>
<div style="text-align: justify;">
A pergunta devia ter sido: "ao menos ama?" Acho que era isso que ela queria dizer. Ou é nisso que finjo [para este efeito] acreditar... Se amar é sair de nós- como sinto que é- amo muito. A toda a hora.</div>
<div style="text-align: justify;">
Esquecer a minha existência e desejar apenas e só para outra pessoa. "Vou rezar por ti." Disse-lhe hoje quando a tinha ao meu colo. Ela chorava em silêncio. E eu repeti. "Vou rezar por ti."</div>
<div style="text-align: justify;">
Limpei-lhe as lágrimas e percorri as suas sobrancelhas com os dedos até a sentir calma, segura. Adormecida nos meus braços.</div>
<div style="text-align: justify;">
Coiso a toda a hora, sim. Ao menos isso.</div>
<div style="text-align: justify;">
Sem conclusões.</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/18105611252390461531noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-202281611724936634.post-34400823799534355112017-02-05T12:38:00.000+00:002017-02-06T14:02:20.087+00:00As nossas razões são a nossa verdade<div style="text-align: justify;">
Separamo-nos desde que nascemos e dói sempre. Sempre. Separamo-nos do ventre da nossa mãe, mudamos de mesa na escola, dizemos adeus ao quarto da nossa meninice, deixamos os irmãos, choramos namorados e até aquele primeiro carro que pura alegria nos concedeu. As separações são sucessivas e nunca nos habituamos. A morte será talvez o expoente máximo da dor pois não há opção, liberdade de voltar atrás, pedir desculpa ou apenas vislumbrar ao longe. Mas há outras tantas dolorosas. Quando nos despedimos de um amigo que continua à nossa frente ou quando não compreendemos o adeus do outro. Tenho assistido a muitas separações. Algumas vivo, noutras sou mera observadora de bancada. Não deixam de custar por isso.</div>
<div style="text-align: justify;">
Tenho 39 anos e tenho pensado nisto. Que sou demasiado nova para ter perdido a comum (diria normal) indignação. Não reconheço nenhum julgamento em mim. Isso assusta-me. Será uma perca de fé ou uma tolerância desmedida? "Agora percebi que me traiu toda a vida. É um monstro." Não é. É o meu amigo. Aquele que sempre conheci assim. Aquele que viveu sem pai e sem mãe. Que encontrou nas relações fortuitas uma forma de atenção, de poder. O meu amigo que sempre olhou apaixonado para ela mas que nem isso chegou. Nem se misturou! Isso desculpa? Não. Isso justifica? Talvez. Não tenho respostas mas, consigo enquadrar. Entendo.</div>
<div style="text-align: justify;">
Como compreendo que eles se tenham ido embora, ontem. Não partilho das suas razões mas... não são minhas. "Vais ficar sempre nos nossos corações" Enviei-lhes muita sorte- um desejo que poucos compreenderão.</div>
<div style="text-align: justify;">
As separações custam sempre principalmente quando não dependem de nós. Bom, as outras podem ser ainda mais demolidoras.</div>
<div style="text-align: justify;">
Talvez não tenha perdido a fé, não. Porventura fazem sentido e são necessárias ao nosso crescimento.</div>
<div style="text-align: justify;">
Desejei-lhes sorte.</div>
<div style="text-align: justify;">
"Por favor, digam se chegaram bem."</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/18105611252390461531noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-202281611724936634.post-30640685936570605622016-12-22T20:45:00.000+00:002016-12-22T21:58:27.692+00:00Os adultos também amuam...<div style="text-align: justify;">
Uma das maneiras de nos conhecermos melhor é tomando consciência da ideia que os outros fazem de nós.</div>
<div style="text-align: justify;">
Há uns dias o meu filho amuou quando soube que seria eu que o acompanharia a um jogo de futebol. Chorou mesmo. Da porta de casa à porta do estádio... já sentado e calmo, voltei a questioná-lo porque preferia a companhia do pai. Explicou-me que receava que eu não conseguisse chegar ao estádio. Amuei.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJMJ6Juiq6DVX-RH-xVJ-lPhOfMwOBg7tW1_3RCBsH0UuZ3VoI5UhWxuHZpP2rQC0bzXwL2FVITs_DSdO6NV5Ub8j0blcW0V1OyKNrPFpRPjzSvxCOyv9kLPW9nKwNisFqXczNpwVA0-YX/s1600/image1.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="303" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJMJ6Juiq6DVX-RH-xVJ-lPhOfMwOBg7tW1_3RCBsH0UuZ3VoI5UhWxuHZpP2rQC0bzXwL2FVITs_DSdO6NV5Ub8j0blcW0V1OyKNrPFpRPjzSvxCOyv9kLPW9nKwNisFqXczNpwVA0-YX/s320/image1.JPG" width="320" /></a></div>
<br />Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/18105611252390461531noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-202281611724936634.post-51690466959660480182016-09-25T15:46:00.002+01:002016-12-22T21:03:52.069+00:00E até as bestas podem!<div style="color: #454545; line-height: normal;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: xx-small;">A personagem que havia corrido os 10km com tecido refletor capaz de iluminar uma aldeia africana, encantava agora a mocinha. <i>Ah e tal os gordos não deviam correr.</i> Só lhe ouvi esta frase apesar ter continuado a dissertar. Só por ter enfiado o barrete (e também porque tinha pendurada no pescoço a credencial da organização), não lhe respondi que as bestas também deviam estar fechadas numa arrecadação. </span></div>
</div>
<div style="color: #454545; line-height: normal;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: xx-small;">Na meta, segurei muitos atletas que após o esforço ameaçavam cair. Amparei-os até à ajuda adequada. Nenhum era gordo. Talvez tenham ultrapassado os seus limites. Talvez tenham sido incautos, sim. Mas, o desporto é para todos. Felizmente, a estupidez só é para alguns. Para o tal</span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: xx-small;">.</span></span></div>
</div>
<div>
<span style="font-family: ".sfuitext"; font-size: 17pt;"><br /></span></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/18105611252390461531noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-202281611724936634.post-88192245971297703562016-03-23T20:36:00.000+00:002016-03-23T16:55:25.731+00:0023 de março de 2016<div>
<div style="text-align: justify;">
Aquilo de que mais sinto saudades é de te chamar "papá". É uma palavra que nunca mais disse ou voltarei a dizer. É uma palavra que diz que ainda sou pequena e que ainda preciso de ti. É a palavra que diz que sou tua filha. No outro dia, estávamos à mesa. Eu era "mãe" e por isso crescida. A porta de entrada bateu e as chaves foram depositadas à entrada. Foram atiradas, sabes? Os olhos estavam na rotina. A olhar para o prato, a ver se os miúdos comiam tudo, sei lá. Ouvi aquele som e os meus olhos abriram-se. Recuaram tanto, mas tanto. Vi o hall de entrada da nossa casa e vi-te a chegar. Pousaste a pasta no chão, atiraste a chave. Aquele mesmo barulho. Os meus olhos deixaram de ver. Fiquei com a respiração descontrolada e controlei tudo o resto. Eu era grande, ali. E os grandes são fortalezas. Dizem. </div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Às vezes esqueço-me de ti, sabes? Esqueço-me mesmo. Parece que já passaram muitos anos, desde que te vi. Esforço-me por recordar. Começo a lembrar-me de pouco. Não esperava lembrar-me das chaves. Queria tanto lembrar-me de tudo. Vejo-te sentado no meu sofá sem tirar o casaco. À mesa com o piri-piri em frente ao prato. Lembro-me de te espalhar o creme nas costas, debaixo do chapéu da praia. Recordo-me da tua cara a comer aquele que sabias ser o teu último gelado. O café curto sem açúcar. Vejo-te especialmente nos últimos tempos. E queria tanto lembrar-me dos outros. Anseio pelos sonhos que tenho contigo. Estás vivo mas precisas da minha ajuda. Uma qualquer. E acordo. Tenho alguns maravilhosos segundos... Em que ainda não sei que morreste. </div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Tenho tantas saudades de te chamar papá. Tenho tantas saudades de ser a tua filhota. Ainda sou tão pequena. Sou mesmo. </div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Farias hoje não sei quantos anos. Não sei se seriam 73, 74, 75... Não é importante. Tenho muitas saudades tuas. Papá. </div>
</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/18105611252390461531noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-202281611724936634.post-67122610316639438252016-02-19T10:45:00.001+00:002016-02-19T10:45:18.876+00:00Sobre ter e não ter<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe width="320" height="266" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/L5jI9I03q8E/0.jpg" src="https://www.youtube.com/embed/L5jI9I03q8E?feature=player_embedded" frameborder="0" allowfullscreen></iframe></div>
<br />Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/18105611252390461531noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-202281611724936634.post-40135558258006597422016-01-26T22:53:00.001+00:002016-01-26T22:53:59.262+00:00[sem sotaque, soa pior]De uma divisão para a outra, ouço-os. <div>Ele, às tantas, diz: a única coisa que sei dizer em inglês é vajáina!</div><div>Pensei escrever aqui como era bom registar estes marcos que o tempo nos leva da memória. Como gosto de os ver crescer. <span style="font-family: 'Helvetica Neue Light', HelveticaNeue-Light, helvetica, arial, sans-serif;">Mas, na verdade, não consigo parar de rir. </span></div><div><span style="font-family: 'Helvetica Neue Light', HelveticaNeue-Light, helvetica, arial, sans-serif;"><div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGet_vZ6iLNZvHMCqXx_68hD-zF_dnOFyy9kgNcNIj-Q2fYbLNQ6JRTXd_acK6FNY3HYOaO1iVJUY4NESIMXN5QWxfjM8V72e_gmez7HqTUGcMktjFGhLVeg4mkti9D_iMcZvUm7zm-mJA/s640/blogger-image--1965386919.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGet_vZ6iLNZvHMCqXx_68hD-zF_dnOFyy9kgNcNIj-Q2fYbLNQ6JRTXd_acK6FNY3HYOaO1iVJUY4NESIMXN5QWxfjM8V72e_gmez7HqTUGcMktjFGhLVeg4mkti9D_iMcZvUm7zm-mJA/s640/blogger-image--1965386919.jpg"></a></div><br></span></div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/18105611252390461531noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-202281611724936634.post-7654994282547394212016-01-20T10:13:00.001+00:002016-01-21T19:55:19.136+00:00Estes difíceis amores<div style="text-align: justify;">
Eles diziam-me "estás sempre com ar de enjoada". Da minha adolescência, é essencialmente isto que recordo. Mais do que o primeiro soutien ou o cartaz mostrado à vizinha em frente, dando conta da minha recente condição de mulher, lembro-me deles dizerem-me isto. Ria pouco, falava menos e estava sempre com um ar <i>que me tinham vendido os órgãos no mercado negro</i>. Os meus irmãos achavam-me insuportável e, na verdade, eu própria não aguentava o meu azedume. E ficava ainda mais enjoada. Não consigo precisar quanto tempo durou este <i>looping</i> de emoções e nem tenho lembrança de o transportar para a vida fora das paredes familiares. Acho que era outra pessoa para os outros. Fofinha, queridinha, brincalhona. A guerra era para os meus. Hoje acordei a meio da noite a pensar nisto e a perceber que tenho de me documentar acerca da adolescência. Porque raio se dá este desprendimento, esta revolta, este crescimento abrupto? Como se passa do pequeno bebé, da criança que nos pede colo, para aquela que nos olha com desdém. Ela foi peremptória. Eu sou mais adolescente do que <i>x</i> porque eu <b>já </b>consigo responder-vos mal. Como assim? Essa não é a definição de adolescência. É, é. -Ai não é, não! (Xiii, eu andava sempre enjoada.) </div>
<div style="text-align: justify;">
Estou a ler "Estes difíceis Amores", de Júlio Machado Vaz. Leio avidamente as histórias de amores que morrem, amores que nascem, amores que se substituem, amores que enganam, amores, amores, amores. Folheio na esperança de chegar a estes difíceis amores que agora teimam a negar-se, esperando uma resposta. A data em que regressam.</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/18105611252390461531noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-202281611724936634.post-55127657732399421472015-12-06T22:59:00.001+00:002015-12-07T11:44:01.798+00:00Queres a ajuda do público ou um telefonema?<div>... E de África traziam o quê?</div><div>- escravos. </div><div>Sabes o que são escravos?</div><div>- são aquelas flores tipo rosas. </div><div><br></div><div>(G., 9 anos e elevada probabilidade de ter negativa a Estudo do Meio)</div><div><br></div><div><br></div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/18105611252390461531noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-202281611724936634.post-51814241125150584802015-12-04T11:01:00.000+00:002015-12-06T23:01:53.030+00:00Ano Novo<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Agora que acabou mais um ano, faço o exercício habitual de olhar para trás. Elejo o melhor e o pior. Relembro o que aprendi, os desafios que cumpri, as metas que falhei. Tenho dificuldades. Fecho os olhos e sinto o embate. Vejo o carro em cima do meu, em câmara lenta, e o corpo da minha filha, rápido para trás e para a frente. Lembro-me do primeiro pensamento: nada de bom acontece. Lembro-me de mim a aguentar as lágrimas- a ser o adulto forte. Penso no ano inteiro e vejo pouco mais para além deste marco demasiado recente. Volto a tentar. Fecho os olhos novamente e vejo-me a correr. Por duas vezes, passo a linha da meta depois de muitos e sofridos quilómetros. Recordo-me do orgulho. Volto a pensar. Sinto algumas dores de relações que se desvaneceram e sinto alegria por aquelas que cresceram. Lembro-me de a segurar para ajudar a morrer. Sinto o cheiro da praia do Algarve. </span>Morro de saudades dele todos os dias. V<span style="font-family: inherit;">ejo-me a rir. Inúmeras vezes. Lembro-me da casa na árvore ou do mexilhão na grelha. Sinto o vento na cara dos passeios de bicicleta e recordo-me do cheiro do pão que me habituei a fazer. Vejo-nos penduradas em árvores a apanhar figos ou a rir às gargalhadas que ninguém mais compreende. Fecho os olhos e sinto- mesmo- todo o carinho, proteção e mimo. Lembro-me novamente do primeiro pensamento e reconheço: tudo de bom acontece. E repito esta frase. As vezes que forem precisas. </span><br>
<span style="font-family: inherit;"><br></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpeHOgP0V-mafIeOORmIrhQc8ea78lYgr4hztVZx5niVed8lM6eJPAdJ-puR6x-n2MOkMdbmggDqrWpThqTpJ3Qo4tkDvlaEpI5q6HyheTRmXoUFeqI3OOluddMUP0U89nk3oqJAdOUavW/s1600/Imagem1.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpeHOgP0V-mafIeOORmIrhQc8ea78lYgr4hztVZx5niVed8lM6eJPAdJ-puR6x-n2MOkMdbmggDqrWpThqTpJ3Qo4tkDvlaEpI5q6HyheTRmXoUFeqI3OOluddMUP0U89nk3oqJAdOUavW/s320/Imagem1.jpg" width="315"></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Os fios brancos do cabelo são pura ficção.</td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: inherit;">Os meus 37 anos foram felizes. Algumas coisas acabaram. Portas fecharam-se. Assuntos morreram. Nasceram coisas novas, outras cresceram. </span><br>
<span style="font-family: inherit;">Não sei o que me aguarda o próximo ano que acabou de se iniciar. Sei, que qualquer embate terá uma enorme almofada.</span></div><div style="text-align: justify;">
<br></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/18105611252390461531noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-202281611724936634.post-22852812972487303752015-11-29T22:28:00.001+00:002015-11-30T12:02:44.742+00:00Passatempo Science4YouLembram-se deste <a href="http://pedagogiadoterror.blogspot.pt/2015/11/1-2-3-ao-ataque.html" target="_blank">desafio</a>? Ora bem... <i>And the winner is</i>... Ivone Afonso!<div>
<br></div>
<div>
<br></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/18105611252390461531noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-202281611724936634.post-36003837132276016662015-11-22T00:35:00.001+00:002015-11-22T00:35:18.169+00:00Nunca mudas em mimNão sou a mesma mãe para os meus filhos. Não sou mesmo. Quando ela nasceu eu não sabia nada de nada. E tinha medo do nada que não sabia. Movia-me por tentativa e erro. Passava noites acordada e dias (...) e tentava, com toda a força do meu ser, adivinhar os fundamentos de cada choro sem palavras. O amor inundou-me como se preenchesse uma bolsa de ar que nunca mais viverá sem esse sopro. E eu era assim. Cuidadosa, cautelosa, ansiosa e, simultaneamente, forte e segura- como quem cuida é. Era essa mãe e fui essa mãe para ela. <div>Quando soube dele, era já outra pessoa. Sabia o que esperava. No parto, tomei outra atenção. A serenidade deu-me outra experiência. Levantaram-me até ao ponto exato onde o consegui ver a sair de mim. Chorei muito. Mas já não estava assustada. Não era mesmo, a mesma. Cuidadosa, cautelosa mas, descontraída. O único medo que me perseguia era o de não gostar do segundo como do primeiro. Coisa de mãe. Mas como num choque daqueles violentos, sente-se um embate inicial e uma onda que nos inunda. Rápido e lento, ao mesmo tempo. Que nos move o corpo e pára. O amor instala-se. O medo foi uma coisa que durou meses e esvaneceu-se em segundos. Bastou-me vê-lo. Senti-lo. Cheirá-lo. O meu homem pequenino. <div><br></div><div>O meu filho faz hoje 9 anos. Ninguém diz. É alto. É enorme. Um matulão de gente. É gigante e minúsculo para mim. É o meu bebé. Cheiro-lhe o cabelo, aninho-me no seu pescoço e ainda o vejo ao meu colo ou a dizer "não xei", "não conxigo", "outa vex". </div><div>Não sou a mesma mãe, nem eles são os mesmos filhos. </div><div><span style="font-family: 'Helvetica Neue Light', HelveticaNeue-Light, helvetica, arial, sans-serif;">Eles vão mudando. Eu vou mudando. Mas eles nunca mudam em mim. </span></div><div><br></div><div><div class="separator" style="clear: both;"><div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimByWRwEdE3DgSvfSCfZxC4e7J4CG2OFLBw8aGWibtG9vG22U33YmGh9pBgu3_QbNTZjeqxqI-v7nzTiSkw329TWJn2MWgw9zdMb4s2ulHhIOEvAym8CZV89AtfevZinFEFIRozeC3Nm7c/s640/blogger-image-699272954.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimByWRwEdE3DgSvfSCfZxC4e7J4CG2OFLBw8aGWibtG9vG22U33YmGh9pBgu3_QbNTZjeqxqI-v7nzTiSkw329TWJn2MWgw9zdMb4s2ulHhIOEvAym8CZV89AtfevZinFEFIRozeC3Nm7c/s640/blogger-image-699272954.jpg"></a></div><div class="separator" style="clear: both;"><br></div><div class="separator" style="clear: both;"><div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEji-nklBdqoPIdr0-lZTTxgJ-BP81GqACv-SU1gnLx9vvc_l4p3Loqh8W4duC4J7h0XWF8Rqq2TySNKprnjM_8zq4o1YV0zJXbM4BhhKagU4M6wQKbHnZeqVZMWqCrIqqNwlpd73SzoFc0w/s640/blogger-image-1290922160.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEji-nklBdqoPIdr0-lZTTxgJ-BP81GqACv-SU1gnLx9vvc_l4p3Loqh8W4duC4J7h0XWF8Rqq2TySNKprnjM_8zq4o1YV0zJXbM4BhhKagU4M6wQKbHnZeqVZMWqCrIqqNwlpd73SzoFc0w/s640/blogger-image-1290922160.jpg"></a></div><div class="separator" style="clear: both;"><br></div><div class="separator" style="clear: both;"><div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi95uX4oPCQketVzgL0RYfOBQq26xzjX9-DkyXroWik_EVUhp49C1VkMFC25nYhfMoBXXMW3aJ900AjL2ETuo8pdcwsz_CEeHpwbbg_PX5VPraxUSW0XwNhO0DS6CZYNvQn60cRcu55jKu3/s640/blogger-image-2144728659.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi95uX4oPCQketVzgL0RYfOBQq26xzjX9-DkyXroWik_EVUhp49C1VkMFC25nYhfMoBXXMW3aJ900AjL2ETuo8pdcwsz_CEeHpwbbg_PX5VPraxUSW0XwNhO0DS6CZYNvQn60cRcu55jKu3/s640/blogger-image-2144728659.jpg"></a></div><br></div>Parabéns, meu bebé.</div><br></div><br></div></div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/18105611252390461531noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-202281611724936634.post-40093398423775611722015-11-18T22:07:00.001+00:002015-11-19T10:42:14.034+00:00E assim funcionam as boas parcerias... e as boas brincadeiras!<div style="text-align: left;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxTrJ-pMbObI-_QZZpRtXEB7B4FZx8C-2tv_mWwjFMqQCk_Rv6uvBLRWsjcKD9N06rxsBPldJY5RfRZLcS6o2O8R9XSbZjoqBva6UsHOZbiuuMd1Eko1fwTrpdd6i1r2Sy5op-6uuokWds/s1600/fotografia+%25286%2529.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxTrJ-pMbObI-_QZZpRtXEB7B4FZx8C-2tv_mWwjFMqQCk_Rv6uvBLRWsjcKD9N06rxsBPldJY5RfRZLcS6o2O8R9XSbZjoqBva6UsHOZbiuuMd1Eko1fwTrpdd6i1r2Sy5op-6uuokWds/s320/fotografia+%25286%2529.JPG" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><br /></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: inherit;"><span style="text-align: justify;">A empresa </span><a href="http://brinquedos.science4you.pt/" style="text-align: justify;" target="_blank">Science4you</a><span style="text-align: justify;"> foi uma querida e convidou-me a lançar um <a href="http://pedagogiadoterror.blogspot.pt/2015/11/1-2-3-ao-ataque.html" target="_blank">desafio</a>. Ao mesmo tempo enviou uns brinquedos para os meus filhos e eu ainda pensei fazer um brilharete no Natal. Não tive hipótese. Bastou-lhes vislumbrar um cantinho das caixas</span><span style="text-align: justify;"> para reconhecerem a marca que já abunda cá por casa. Montaram toda uma oficina no meio da sala e eu confesso que, a dada altura, suspirei. Falo de uma noite da semana, àquela precisa hora em que acabamos de arrumar tudo e apenas queremos entrar em estado vegetativo. A fotografia não ilustra mas, a dada altura, estava eu sentada no topo da mesa a comandar as operações. <i>Tragam sal fino. Fita-cola! Alguém traga um copo com água. Isto tem de secar, vai para aqui. Bicabornato de Sódio, por favor. Rápido. </i></span></span><br />
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-family: inherit;"><span style="text-align: justify;">Science4You, obrigada pelos brinquedos e obrigada pela experiência de brincar com os meus filhos. Parece uma coisa simples, algo que se presume. Mas nem sempre é verdade. No meio das obrigações e rotinas, às vezes, vou-me </span></span><span style="font-family: inherit; text-align: justify;">esquecendo de como é importante criar este tipo de memórias.</span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: right;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8ZoY6rvc4ah26cF5A6icBz3TKuPVJ0G1768vxiZig4PxdMf8Tp4DZeUGZ2PEcUXHUKBs4gYdUzXjfpKgf5ZWc4avMN7JJh0qNJMQ6Boevf8PycfwL9i_21bY2S4HrMf8GjRHIkhKDTd6d/s320/fabrica-de-rockets.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="320" />Pensei que se tratasse de uma única experiência... é todo um livro! Hoje vamos passar à construção de pequenos foguetões, com recurso a autocolantes e cenas diversas. Eu não sou de competir mas o meu vai ser o mais giro!</td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: right;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihV_P7ThdUCxzCTcsCcZDrgKOt9s90ll01_vixrI8SwERlbZoeEDQL7eqpe4FYJpQShSkC4r6c5jagAcCnPQb-aIgmIMtdlp_Hnx8ISHVH96ISQuvXlEb_WIr02KXebBxVI8OzVFFWzxnS/s1600/fabrica-de-cristais.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihV_P7ThdUCxzCTcsCcZDrgKOt9s90ll01_vixrI8SwERlbZoeEDQL7eqpe4FYJpQShSkC4r6c5jagAcCnPQb-aIgmIMtdlp_Hnx8ISHVH96ISQuvXlEb_WIr02KXebBxVI8OzVFFWzxnS/s320/fabrica-de-cristais.jpg" width="320" /></a><span style="font-size: small;">A minha querida filha abre e fecha a caixa como se de um tesouro se tratasse. Temo que não queira partilhar todo o mundo de possibilidades que esta pequena maravilha prevê. Tem azar. Parece-me que aprecio bastante brincar com isto...</span></td></tr>
</tbody></table>
<br />Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/18105611252390461531noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-202281611724936634.post-6012914565235554432015-11-13T19:37:00.000+00:002015-11-13T22:26:19.778+00:00Algures num corredor<div style="text-align: justify;">
Um deles atirou-me com um copo de plástico à cabeça. Foi o Pedro, lembro-me bem. Recordo-me, igualmente, da dor lancinante e do cantinho do corredor onde me enfiei. Não sei se chorei. Não tenho a certeza. Talvez tenha apenas fungado num beicinho. Sei, contudo, quando o comecei a fazer. À séria. Ouvi a porta da rua, os passos na escada e a chave na porta. Foi exactamente aí. Irrompi num soluçar antes contido. </div>
<div style="text-align: justify;">
Há quem diga tudo na altura. Há quem grite, chore, se desfaça. E há quem espere. Quem se controle até ao consolo certo. Ou, apenas, engula em seco.</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/18105611252390461531noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-202281611724936634.post-61254280986028174652015-11-11T20:22:00.001+00:002015-11-11T20:22:41.543+00:001, 2, 3 ao ataque<div style="text-align: justify;">
Quem segue este blog há algum tempo sabe que não tenho por hábito promover marcas ou organizar passatempos. Em primeiro lugar, porque esse não é o objetivo que prossigo quando partilho a minha escrita. Em segundo lugar, porque nenhuma cadeia de hotéis, companhia aérea ou empresa imobiliária reconheceu, ainda, o potencial deste espaço virtual... Contudo, quando a Science4you me desafiou a fazê-lo, não hesitei. Trata-se de uma marca portuguesa esse é o meu ponto de partida. Acresce a este argumento o facto de, chamando-me eu "pedagogia", não poder ignorar a vertente de conhecimento que o conceito desta empresa representa. </div>
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsp324AFJP4irmr-7Q1fZ8OnfLgvFVnIikNM63z8SYdCTlqdPwB9W0GJdxK5vGacrHgDRqyjoL6DmXu60u23SFxot1G9rDD0AcD1rf13CB2p7UcVL5YLFRMR-uP-x6LKiBS402aw3U-o8-/s1600/3D-fabrica-chocolates.png" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; text-align: justify;"><img border="0" height="291" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsp324AFJP4irmr-7Q1fZ8OnfLgvFVnIikNM63z8SYdCTlqdPwB9W0GJdxK5vGacrHgDRqyjoL6DmXu60u23SFxot1G9rDD0AcD1rf13CB2p7UcVL5YLFRMR-uP-x6LKiBS402aw3U-o8-/s320/3D-fabrica-chocolates.png" width="320" /></a><br />
<div style="text-align: justify;">
Digo-o com a maior sinceridade do mundo. Se eu, em tempos, passava tardes sentada no chão da minha praceta a esmigalhar pétalas e folhas ambicionado criar o perfume mais maravilhoso do mundo (que era composto pelas minhas poucas amigas de um metro), hoje as crianças pouca liberdade têm para testar e estimular a sua criatividade. A <a href="http://brinquedos.science4you.pt/" target="_blank">Science4you</a> é efetivamente uma via. Com os meus filhos é.</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Disse sim e, apresentaram-me a Fábrica de Chocolates. Não sei o que vos diga. Está na linha das viagens, hotéis e casas de sonho. Parece, contudo, que não posso concorrer. Assim, e porque no fundo sou fofinha, concedo-vos esta oportunidade.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Fácil, fácil. Basta seguir os seguintes <i>baby steps</i>:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
1. Seguir a página do <a href="https://www.facebook.com/Science4you/?fref=ts" target="_blank">Facebook da Science4you</a> e ativar as notificações;</div>
<div style="text-align: justify;">
2. Fazer partilha pública deste passatempo no seu mural do Facebook, identificando 3 pessoas na publicação;</div>
<div style="text-align: justify;">
3. Seguir a página do <a href="https://www.facebook.com/Pedagogia-do-Terror-157705764347498/" target="_blank">Facebook da Pedagogia do Terror</a> e ativar as notificações;</div>
<div style="text-align: justify;">
4. Preencher o formulário disponível <a href="https://docs.google.com/forms/d/1ui_VWKc8owolhaPw6s8ZNt0huNvv3vrM3Syu-YdahpY/viewform?usp=send_form" target="_blank">aqui</a>.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No dia 30 de Novembro, não obstante encontrar-me a celebrar ativamente o meu aniversário, virei aqui anunciar o grande vencedor que, posteriormente fará o favor de enviar selfie com bigodes de chocolate. Para a escolha do felizardo, utilizarei um <a href="http://random.org/" target="_blank">método de escolha aleatória</a>. </div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/18105611252390461531noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-202281611724936634.post-59239939813307121792015-11-09T22:37:00.001+00:002015-11-13T21:34:28.734+00:00No meu lugar<span style="-webkit-composition-fill-color: rgba(130, 98, 83, 0.0980392); color: rgba(0 , 0 , 0 , 0.701961); font-family: "uictfonttextstylebody"; line-height: 22px;">Tenho uma amiga que tem cães. Por oposição a filhos, entenda-se. Mostra fotografias no telemóvel como quem abre a carteira em três partes. Fala de cada um indicando os nomes que não consigo memorizar e quase juraria que sabe melhor das suas marcas do que eu as datas das primeiras palavras dos meus filhos.</span><br />
<div style="-webkit-composition-fill-color: rgba(130, 98, 83, 0.0980392); color: rgba(0, 0, 0, 0.701961); font-family: UICTFontTextStyleBody; line-height: 22px;">
Ela não sabe apesar de já lhe ter dito: é mãe, não sendo. Há pessoas assim. Naturalmente, cuidam. Naturalmente, preocupam-se.<br />
<div>
Lembro-me dela muitas vezes. E lembrei-me dela hoje. Cuidar não é fácil. Cuidar depende de um gesto nosso. De uma preocupação constante. De um amor que não flutua com o tempo. Mas, infelizmente, cuidar não significa que cuidamos efetivamente. Assim é com cães, com filhos, com pais, com amigos. Nem sempre o que damos chega. Nem sempre ajudamos. E muito menos resolvemos. Podemos secar as lágrimas, limpar a ferida e colocar um penso. Podemos fazer uma festa e até dar um beijo. Não significa que a ferida pare de doer, que estanque o sangue ou que cicatrize sem deixar marca. </div>
<div>
Nem sempre os nossos braços esticam o suficiente. E aprender isso é difícil. É um outro caminho. </div>
<div>
<br /></div>
</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/18105611252390461531noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-202281611724936634.post-7136104550317138042015-11-01T10:45:00.001+00:002015-11-02T20:43:39.623+00:00Meu Novembro<div>
<div style="text-align: justify;">
Numa conferência, há dias, uma oradora que muito admiro disse-o com todas as letras. Sou uma pessimista nata. Aquelas palavras não eram esperadas daquela mulher jovem, inteligente e incrivelmente bonita. Fiquei admirada tal como todos os restantes que se moveram desconfortáveis nas cadeiras. A moda existe até no estado de espírito. Hoje, impera o ser positivo. Tudo é para cima. Alegre. Divertido. Prazeiroso. O oposto é sintoma de fraqueza ou de qualquer outra característica menor. Não faço a apologia da tristeza, longe disso. Mas gosto da liberdade. Acho que é isso. Poder ir contra a maré. Gosto de dizer, sem reservas, que adoro o inverno. Que sou romântica e talvez um pouco melancólica. Que espero o pior para ficar tremendamente feliz com o melhor. Que me rio muito mas sorrio ainda mais. E que estou muitas vezes triste, sem saber exatamente porquê. Gosto deste meu Novembro que se parece comigo. Porque chove e tem esta luz que me obriga a acender luzes pequenas e velas com cheiro a canela. Porque permite envolver-me em mantas de xadrez quando a casa cheira a fermento levedado e a chá preto. Gosto deste Novembro que não é triste. Apenas doce. </div>
</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<div class="separator" style="clear: both;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiuLp54Kg9j72_GlFir3U4B8JIJW-Te3ptU4uy-u7001H6u5Nv5C0EjIFdveNKNKCCPYepxhqnHBI04CkaJkvFaCjKuLS_4SPpBrqFP-cHxYENopK_IMvN2KFYdUkT9rtBHjvEoinoY8yhF/s640/blogger-image-1299081214.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiuLp54Kg9j72_GlFir3U4B8JIJW-Te3ptU4uy-u7001H6u5Nv5C0EjIFdveNKNKCCPYepxhqnHBI04CkaJkvFaCjKuLS_4SPpBrqFP-cHxYENopK_IMvN2KFYdUkT9rtBHjvEoinoY8yhF/s640/blogger-image-1299081214.jpg" /></a></div>
<br /></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/18105611252390461531noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-202281611724936634.post-68992740892965183622015-10-25T09:25:00.001+00:002015-10-29T17:56:59.799+00:00Já nem falo das garrafas de azeite que já deixei cair, dos emails enviados para a pessoa errada, nos ataques de riso em elevadores ouvelórios...<div>
<div style="text-align: justify;">
Há uma máxima na Ley de Murphy que defende qualquer coisa como "tudo é possível, apenas não muito provável." Se tivesse de encontrar uma frase para definir os acontecimentos da minha vida, talvez escolheria esta. Começa logo no meu nascimento. No exato dia do aniversário do meu irmão anterior. Não era provável mas aconteceu. Também não era esperado mas, os meus pais tiveram de fazer prova do meu nascimento. Passados uns meses de ser gente, foram chamados pelas autoridades para "me mostrarem" (não vou nem tentar explicar).</div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
A minha memória de peixe não me permite exemplificar aqui toda uma sucessão de factos da minha curta existência. Mas acontecimentos recentes comprovam que esta máxima das probabilidades, assenta-me que nem uma luva. Não sei qual a percentagem exata mas aposto que será baixíssima a de alguém conseguir convidar duas pessoas para uma única função. Eu consegui. Convidei duas pessoas para apenas uma tarefa sendo que, tinham o mesmo nome, a mesma formação, a mesma origem geográfica e a mesma ocupação. Assim, lado a lado, ao mesmo tempo. E a minha cara de quem "jogou cocó no ventilador"... E qual é a probabilidade de eu estar deitada no chão do palco e de ter um técnico de som, com mais de 75 anos e sintomas de Alzheimer, com as suas mãos- ambas as duas- na minha parte traseira mais proeminente? Eu diria que, para o comum dos mortais, estaríamos na ordem dos 2%. Comigo? Sem dúvida, 100... Assim, ó Murphy: <span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">tudo é possível, sim. Mas comigo... é altamente provável!</span></div>
</div>
<div>
<span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><br /></span></div>
<div>
<span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"></span><br />
<div class="separator" style="clear: both;">
<span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVMSyjKXSmUGMTcS0yXfuA-BCi-VSsoa1gGeP2uZ2odBvL6V0uXFwDXXNjXx3lXabPE4r1Ki38r6xSY0LpLWB6ae7tEXGLsr1tePq1jN2J47K-h2vpZYpqm-NT4cxWOCRINTlLCB0v8VqQ/s640/blogger-image-2095985053.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVMSyjKXSmUGMTcS0yXfuA-BCi-VSsoa1gGeP2uZ2odBvL6V0uXFwDXXNjXx3lXabPE4r1Ki38r6xSY0LpLWB6ae7tEXGLsr1tePq1jN2J47K-h2vpZYpqm-NT4cxWOCRINTlLCB0v8VqQ/s640/blogger-image-2095985053.jpg" /></a></span></div>
<span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><br /></span></div>
<div>
<br /></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/18105611252390461531noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-202281611724936634.post-9441393370580729362015-10-19T22:18:00.000+01:002015-10-20T07:53:17.894+01:00I Rock!<div style="text-align: justify;">
Não cumpri o objetivo a que me propus. Não corri 42,195 km. Não fui persistente, rigorosa e muito menos disciplinada. Findos poucos meses da meta estabelecida, simplesmente desisti. Percebi que era cedo demais. Percebi que não assumi o compromisso com seriedade. Na verdade, sempre soube que não iria cumprir. Não sou daquelas pessoas que afirma nunca desistir. Sou daquelas que muda de ideias, que teria feito de outra maneira, que larga coisas e que, simplesmente, olha para o outro lado. Não corri a maratona como apregoei. Mas levantei-me às seis da manhã. E andei pé ante pé, na casa escura. E saí pela porta, noite preta. E afastei a chuva e corri para o comboio. Carreguei um saco com bananas e barras doces e apanhei mais um transporte e mais outro. E respirei o ar abafado com todos os outros. E sentei-me no chão enquanto pés e pernas passavam por mim, todas iguais. E contei os minutos e rezei em silêncio. E pedi ajuda e escolhi o corredor certo. E enfrentei as pernas inicialmente em choque, duras. E descontraí e segui. Evitei as garrafas, as tampas, os atropelos e ansiedade de ver tantos passar por mim. Mantive-me no meu ritmo vergonhosamente lento e orgulhei-me por não o achar vergonhoso. E vi ruas e agradeci a todas as pessoas que cruzaram o olhar. Às que bateram palmas, às que gritavam ou às que em silêncio, longe, torciam por mim. E continuei a correr e soube que ia terminar. E virei caminho e alegrei-me. Mais. Bati as mãos no papel que dava uma "vida extra", engoli energia líquida e revirei os olhos com o sabor das laranjas que me estenderam. Ignorei a dor no joelho. E escolhi o modo como passei a pousar o pé, em dor. Conversei com quem partilhou comigo a estrada e ainda ri. Falei inglês, arrisquei francês e ouvi. Elevei os braços mesmo no fim e dancei. E vi a meta e corri ainda mais. Passei num <i>sprint</i> manhoso. E sorri. Sorri mesmo no cansaço. Sorri mesmo com as pernas destacadas do meu corpo. Sorri no caminho de volta. No metro. No outro metro. No comboio. No caminho até casa. No banho quente. Debaixo do edredon que abafou as dores. Acho que sorri a dormir. Não corri a maratona, não. Talvez nunca corra uma. Mas fiz duas meia-maratonas, em 2015. Por duas vezes, percorri com os meus pés, com as minhas pernas, com a minha cabeça e o meu coração, 21 km. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br></div>
<div style="text-align: justify;">
<br></div>
<div style="text-align: justify;">
* Obrigada, S. por me acompanhares nesta minha insistência. Por me fazeres rir e por atravessares comigo mais esta meta.</div><div style="text-align: justify;"><br></div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWv4WY_y0bN7kA-z5sUes1g_wWshVnNx7H0WrA6cu3Ax-yPc6-U3eDEWLTpbBQWpeP738VSQsQ9rzQ7porNhvr29KUaI9RBN4yN8OSRdRxKjnQTk8T56x4iupSlYXL66ocPX20EJ-wmlJt/s640/blogger-image-740293632.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWv4WY_y0bN7kA-z5sUes1g_wWshVnNx7H0WrA6cu3Ax-yPc6-U3eDEWLTpbBQWpeP738VSQsQ9rzQ7porNhvr29KUaI9RBN4yN8OSRdRxKjnQTk8T56x4iupSlYXL66ocPX20EJ-wmlJt/s640/blogger-image-740293632.jpg"></a></div><div class="separator" style="clear: both;"><br></div><div class="separator" style="clear: both;"><div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQltGcYvlydyRvzg6arm2ehu7crxo0o4W-kv3YKSJoSSj5rr1ZsMksAQ8dOQOuaZCKX-UMiGqEOeihwphcSiCRSm_-p1OjukmeTU0kGYMcq9RZ2wDX1z_JAYBUXY5_gfwuIhp-O-P8RyXX/s640/blogger-image--76917274.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQltGcYvlydyRvzg6arm2ehu7crxo0o4W-kv3YKSJoSSj5rr1ZsMksAQ8dOQOuaZCKX-UMiGqEOeihwphcSiCRSm_-p1OjukmeTU0kGYMcq9RZ2wDX1z_JAYBUXY5_gfwuIhp-O-P8RyXX/s640/blogger-image--76917274.jpg"></a></div><br></div><br></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/18105611252390461531noreply@blogger.com12tag:blogger.com,1999:blog-202281611724936634.post-77123310548795118462015-10-08T18:54:00.001+01:002015-10-29T18:07:47.063+00:00A vida ao contrário [como devia ser]<div style="text-align: justify;">
Bastaram-me cinco minutos. Tinha tudo pronto. Mochilas, sacos, roupas, comidas, banhos e sei lá mais o quê. Fiquei assim, de repente, num vazio. Coloquei a mala no ombro e abracei o meu filho. Queixei-me, na verdade. Há muito tempo que não abraças a mamã. Talvez não fosse há tanto tempo assim. Mas senti que era demasiado para mim. Assim, à porta, a segundos de sair, com a cabeça loira no meu queixo, ouvi-o. Estás sempre a trabalhar. Não páras. Acho que o abracei com mais força. Acho que me abracei, na verdade. Consolei isto que tenho sentido. Que estes tempos não me servem. Que estes tempos estão mal contados.</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Agora alguém se diverte na cozinha a fazer bolachas com pepitas de chocolate. </div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Helvetica Neue Light', HelveticaNeue-Light, helvetica, arial, sans-serif;">O jantar será algo pré-cozinhado. Cheira a chá e a essência de baunilha.</span></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Não vou passar a ferro. Não arrumarei as camas que daqui a pouco serão ocupadas. As mochilas, lanches, almoços, roupas e afins... Só depois de abraços demorados. E beijos. </div>
</div>
</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/18105611252390461531noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-202281611724936634.post-28635699799398653602015-09-21T23:38:00.001+01:002015-09-21T23:38:08.927+01:00Orientações, por favor<div>O telemóvel dele tocou às duas da manhã. Eu perdi o ar. Saltei e morri a cada micro segundo de silêncio. Ele morreu mesmo ao meu lado. Viu o que eu não vislumbrei. O nome da nossa filha no visor. Eu pensei que tinha perdido alguém. Outra vez. Ele pensou que não a tínhamos. Ela falou... <span style="font-family: 'Helvetica Neue Light', HelveticaNeue-Light, helvetica, arial, sans-serif;">Tinha sede e solicitava um copo de água. </span></div><div>Não sei se lhe devíamos bater. Se lhe devíamos dar o copo de água. Se bater-lhe com o copo. Se lhe atirarmos a água. Se enfiar o telemóvel no copo. Se lhe atirarmos o telemóvel à cara. É toda uma indecisão. </div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/18105611252390461531noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-202281611724936634.post-91526758310350763112015-09-21T21:51:00.005+01:002015-09-21T21:51:53.462+01:00Ela?<div style="text-align: justify;">
Não são raras as vezes que me lembro daquela rapariga que vi noutro dia. Era uma rapariga como outra qualquer. Mais ou menos da minha idade, corria pela mesma estrada do que eu. Era uma rapariga qualquer, mas só que não era. Corria de forma veloz e fazia-o com uma fralda. Adivinho-a obstinada. Disciplinada. Teimosa. Persistente. Corre de fralda para, simplesmente, não parar. Foi isso que fez com que não me esquecesse dela. Ou daquela fralda num corpo que não a pede. Acho que, na verdade, não me esqueço da pressa dela. E lembro-me dessa fúria em fazer melhor quando sinto na pele a ânsia de querer fazer tudo. </div>
<div style="text-align: justify;">
Acabei de fazer um corte no dedo. Gritei. Ouvi um "estás bem, mãe?". Habitual. Recorrente. Sou a pessoa que faz tudo em modo acelerado. Sou a que parte copos, pratos e tudo o que tem aspecto frágil. Queimo-me, corto-me e caio. Vou contra armários, faço nódoas negras e praguejo. Envio emails à velocidade da luz, escrevo o que só eu entendo e raramente encosto-me para trás. Não me lembro de caras porque não me detenho muito tempo a observá-las. Quero tudo para ontem e dentro das gavetas, se possível agrupado por categorias. Mexo uma sopa, viro bifes e trituro um puré apenas com duas mãos. E no fim disto tudo... espanto-me por ela usar uma fralda. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/18105611252390461531noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-202281611724936634.post-29705995610291048492015-08-27T19:21:00.000+01:002015-08-27T19:25:18.331+01:00A galinha da vizinha nem sempre é melhor do que a minha- deviam fazer tshirts<div style="text-align: justify;">
É como aquela história do marido das outras. No meu caso, a situação não chega a esse extremo mas, à semelhança da maioria das pessoas, há coisas que queria só porque não as tenho. Ou queria simplesmente porque são o oposto do que eu sou. Por exemplo, desde pequena que gostava de ter o cabelo encaracolado. O meu, claro está, é liso como esparguete bem cozido. E queria, não pequenos jeitos ou ondas, mas verdadeiros canudos, quais cachos graciosos. Lisinho... Gostava de ser frontal, vomitando a resposta mental que não consigo dizer. Assim, na cara, no segundo exato da merecida resposta e não meia hora depois quando a pessoa já entrou na auto-estrada. Gostava de ser a terrorista que apregoo. De não me melindrar com cada frase menos fofinha ou com um qualquer revirar de olhos sem sentido. Não: sensível com leves traços de drama queen... Gostava de não fazer fluxogramas mentais para cada decisão. Sim ou não, a resposta é dada e bola para a frente. Impossível. Analisar prós, listar contras, pensar nas consequências, no que os outros dirão, no que nos outros pensarão, no que os outros vão comer ao jantar. </div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Pensava nisto. Às vezes gostávamos de ter ou ser outras coisas simplesmente porque não as conhecemos. Idealizamos, achamos que seria muito melhor e, na verdade, nem sempre assim é. Eu, para além das qualidades menos "apetecíveis" que mencionei acima, sou uma pessoa queixosa. [Serei daquelas velhotas que, apesar amorosa (tenho a certeza que serei!), listarei as maleitas que assolam o meu frágil corpo a quem me ouvir mais do que cinco minutos.] E uma das queixas que verbalizo com mais frequência é o cansaço. Porque são muitas rotinas, porque é mochilas e roupas e refeições. Porque os miúdos se embrulham em brigas e discussões. Porque tenho de encarnar a Isaura e o General e tudo é programado ao pormenor, segundo a segundo. Porque tenho de pensar em tudo. Queixo-me e invejo os meus amigos que dão ordens às Marias Joaquinas que lhes limpam as casas. Invejo os meus amigos que enviam os filhos durante semanas para os avós ou para férias longínquas. E sinto-me mal por este sentimento que, no fundo, é o desejo íntimo de ter um tempinho para mim. Só para mim. E analiso esta contradição e sinto-me ainda mais cansada... Isto para dizer que, muitas vezes, sobrevalorizamos aquilo que achamos que queremos ou aquilo que achamos que seria bom para nós. </div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Não vejo os meus filhos há dias. Não estão cá, não dormem cá. Estou sentada no sofá e só ouço o barulho do aquário. Não estou com um copo de vinho na mão, não fui para nenhuma esplanada e nem calcei os ténis. Não fiz nada do que achava poder fazer sem a tarefa de cuidar deles. Não fiz nada do que imaginei. Eu e o barulho do aquário Vasco da Gama. Sem ter de fazer absolutamente nada! E, no entanto... sem uma ponta de maior alegria. Curioso não é?</div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
De vez enquando volto a ler coisas que já me escreveram. Hoje reli umas palavras que transcrevo sem qualquer contexto. "<span style="font-family: 'Helvetica Neue Light', HelveticaNeue-Light, helvetica, arial, sans-serif;">O dia em que compreenderes que deves aproveitar as pequenas felicidades... é o dia em que te libertas (...)."</span></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Tenho saudades deles. </div>
</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/18105611252390461531noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-202281611724936634.post-35096558865727779112015-08-13T13:20:00.001+01:002015-08-13T18:41:37.583+01:00O Nicholas Sparks está nas Avencas sob a forma de duas velhinhas<div>
<div style="text-align: justify;">
Às tantas ele pergunta-lhe o nome. Ela encolhe os ombros. Dirige-lhe a mesma pergunta e ele devolve o gesto. Ficam ambos em silêncio. Não interessa. Sugere que daí a uma semana se encontrem num jardim de Paris. 18h00. Ela aceita sem dúvidas. Despedem-se com um abraço demorado. A cena seguinte mostra-a com a mãe. Está com dúvidas. Não sabe se deve ir viver com o namorado para Nova York. É um enorme passo e não tem a certeza. Precisa de pensar. Apanha o comboio que a leva até Paris. É sexta-feira e ela sorri. Ouvem-se os passos apressados dele na garagem. Desata o nó da gravata e olha para o relógio dentro do carro que acabou de ligar. São quase seis horas. Horas depois vê-se o seu corpo numa cama de hospital. Toma consciência de que não saiu da garagem e que algo de grave lhe aconteceu. Falam-lhe do que já esperava. Desmaio, enfarte, stress, uma vida que tem de mudar. Já não são seis horas e ele pensa nisso. Não sabe nada dela. Nome, idade, morada... Absolutamente nada. As vidas seguem. Ela vai viver com o namorado, como ele queria. Esperou naquele jardim muito tempo. O tempo que precisava para tomar uma decisão. Ele mudou-se para uma cidade pequena ali perto da vida que já não convinha viver. Passaram dois, três, quatro anos. Não se percebe. Ele é contabilista num escritório no centro da cidade. Um dia entra-lhe pela porta uma mulher. Tudo normal não fosse o seu semblante triste. Na verdade, está preocupada. O seu negócio está a correr mal e não sabe o que fazer. Ele começa a ajudá-la. O antiquário de que é proprietária tem de fechar. Simplesmente não permite rentabilidade e apenas faz com que Sarah se afunde mais. Ele trata de tudo e acaba por a convidar para jantar. Sarah é doce e terna. Rapidamente, cresce algo entre os dois. Ele está sozinho há demasiado tempo e Sarah preenche perfeitamente as feridas do seu coração magoado. Conhece a sua família, os seus amigos e mais um tempo passa. Assistimos ao pedido de casamento, às caras felizes de ambos e aos preparativos para o grande dia. Uma noite, ele entra e Sarah está no computador a falar com a irmã. Trata-se de Sophie que vive em Nova York. O Skype desliga-se mesmo no momento em que ele vislumbra o écran. Perdeu o ar e o sangue que lhe corre pelas veias parece ter simplesmente parado de correr. Parece ela! Não pode ser! Não tem como confirmar. Faz umas poucas perguntas a Sarah mas não sai da mesma dúvida. Faltam poucos dias para o casamento e não... Já não sabe nada. Na noite seguinte, liga o computador. Primeiro apaga todas as luzes e só depois estabelece a ligação. Do outro lado, Sophie aparece mas nada vê, nada ouve. Ele desliga. Não precisa de mais tempo. Tem a certeza de que é ela. A mulher por quem se apaixonou há anos atrás. A mulher que lhe tirou o sono, a tranquilidade e a esperança... E agora ali! Irmã da sua noiva, madrinha do seu casamento. </div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Agora já o vemos no altar. Está sério e de olhar no chão. Não quer olhar para trás. Ainda não. Sabe que Sophie virá mais tarde mas ainda não sabe o que fazer. Ouve-se o sim, os festejos e todos pensam que é um momento perfeito. Até há poucos dias, seria mesmo. Vão entrar no salão onde é suposto partilhar toda essa felicidade com os familiares e amigos até que ouve o que mais temia. <i>Querida irmã, deixa-me, de uma vez por todas, apresentar-te o meu marido. </i></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
...</div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
...</div>
</div>
<div>
...</div>
<div>
<br /></div>
<div>
E as velhas levantam-se para ir à água. Vou-me embora da praia. </div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/18105611252390461531noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-202281611724936634.post-37655201758025615922015-08-12T17:34:00.001+01:002015-08-13T19:11:59.410+01:00Um post sobre nada ou eu não enfrentei verdadeiramente o medo [apenas corri mais rápido]<div>
<div style="text-align: justify;">
No outro dia, enquanto corria na montanha, a dada altura fiquei sozinha. Foram apenas alguns quilómetros. Só o barulho da minha passada, o verde que me rodeava e a vista sem fim. Atravessei-me com alguns animais mas foram os cães que me levaram a memórias antigas. Ladravam à minha passagem e, apenas segundos depois, apercebi-me do que fazia. Quando dei por mim tinha os dedos a tapar os ouvidos e os olhos entre um abrir e fechar constante. Lembrei-me que fazia isto quando era pequena. Encolhia-me e tentava anular-me. Cerrava os olhos e tapava os ouvidos como se esses gestos me tornassem invisível. Não me lembrava deste meu medo até àquele momento. </div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
É estranho como funciona a nossa mente. Achamos que somos crescidos, que evoluímos ou que mudámos e de repente estamos ali encolhidos outra vez. </div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Mas eu passei e os cães continuaram a ladrar. Os muros eram suficientemente altos ou as correntes demasiado curtas. Não me apanharam. </div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Curioso como alguns medos continuam mas acabamos por arranjar uma forma de lidar com eles. Ou de os contornar, pelo menos. </div>
</div>
<div>
<div class="separator" style="clear: both;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAltc7UkOGHY8l96Ok-WaUKXKXNhob1bG6ALgILYG-7P8xQ67KX4TA9D7x-zBkUmNnUaBwilcK83JUAhpu_3X3XKD2xUj6I9SzmR3Pa3aM72tdLPWz_EOqNpf5PBxY1bX_KeuXX3CP6YL5/s640/blogger-image-1207345222.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAltc7UkOGHY8l96Ok-WaUKXKXNhob1bG6ALgILYG-7P8xQ67KX4TA9D7x-zBkUmNnUaBwilcK83JUAhpu_3X3XKD2xUj6I9SzmR3Pa3aM72tdLPWz_EOqNpf5PBxY1bX_KeuXX3CP6YL5/s640/blogger-image-1207345222.jpg" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjb82LL-tzs007I7xCzskwNjnQUpEKqKXW1oWe03D72sCSdoYsctSQTCxOZstIqFqsIWBhyphenhyphen4uA8DzivDYZ9K6nVGzXj9D92K9RZXOnZOPXwdzlWR3_lXYUPwQk_CiJO-M1WdgsJKVfzwAbi/s640/blogger-image-1450945972.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjb82LL-tzs007I7xCzskwNjnQUpEKqKXW1oWe03D72sCSdoYsctSQTCxOZstIqFqsIWBhyphenhyphen4uA8DzivDYZ9K6nVGzXj9D92K9RZXOnZOPXwdzlWR3_lXYUPwQk_CiJO-M1WdgsJKVfzwAbi/s640/blogger-image-1450945972.jpg" /></a></div>
<br />
<br /></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/18105611252390461531noreply@blogger.com0