quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Escaravelho

Eu devia ter percebido que as coisas não estavam bem quando a minha filha esmigalhou violentamente um escaravelho da areia com uma raquete de praia. O homicídio ocorreu num misto de terror e desejo feroz de tirar a vida a animal nunca visto. E eis que surge a questão: Porventura não estarei a proporcionar aos meus filhos experiências com a natureza em quantidade e qualidade razoável?

Depois de uma semana de praia (onde ocorreu o trágico “acidente”) segue-se então, uma semana no campo. E, eis que aqui estamos na quinta dos meus sogros, no Redondo, Município de Évora. E… são outras crianças! A Nintendo e os b-blades (nunca sei escrever isto) ainda não sairam das mochilas e é vê-los todo o dia na rua a brincar com os cães e gatos, a dar biberons às ovelhas recém-nascidas e a correr pela relva. É certo quer permanecem resquícios da vida citadina. Ontem, ao ver nascer gatinhos a minha filha não conseguiu conter um “que nojo”… mas, de facto, tenho de admitir que faz muita falta às crianças e a qualquer ser humano o contacto com as coisas no seu ambiente mais natural. Comer frutos das árvores, correr atrás de ouriços, pisar a terra molhada… e as estrelas? “Porque não há estrelas no céu no sítio onde moramos?”
Há, de facto, qualquer coisa na vida do campo que me fascina. Mas, não é assim uma grande admiração pois o entusiasmo não dura muito tempo. Eu sei. Aborreço-me muito facilmente.

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