Agora mesmo, o calor levou-me a enfrentar as melgas e fui-me sentar no degrau da porta da casa onde estou há mais de uma semana. Ao meu lado, fazia-me companhia a caseira da quinta. 67 anos que parecem muitos mais; onde cada ruga tem por detrás uma história, uma dor, uma alegria. Já não sei do que falavámos, só me lembro como terminámos. Idade…como o tempo passa. Como é a vida de um casal que se conhece há mais de 30/40 anos.
“Tu és uma menina…eu sou uma velha. Havia tempo que eu o meu marido estavamos no auge da brincadeira!”.
Comecei a achar deliciosa a conversa.
“O homem nunca deixa de ser homem, filha! A mulher… ai, a gente já nem tem posição, nem vontade.” Mas o que eu adorei mesmo, o que me levou a partilhar esta história tão privada de alguém que faz parte da minha vida ainda era eu, aí sim, uma menina, foi o seguinte diálogo:
“Há dias, o meu marido dizia: parece que tou a foder uma melancia choca. E eu respondi: Então vai buscar a melancia!”
Se isto não é amor…
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