quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Mãe, a nova escola tem sanitas?

P: Mãe, a nova escola tem sanitas?
R: Claro, filho!

Ahhhh...Suspiro profundo!

E assim começou o dia. Mochila nova (suborno do mais baixo...) e qual entusiasmo simulado depositado em tudo o que se avizinhava como novo. Que escola tão linda, amigos novos, blábláblá... nada evitou que, no momento em que colocou os pés no novo recinto, desatasse num choro alucinante. Não ouvi nada acerca das novas regras, nem o nome de ninguém...pelos meus ouvidos e coração só entrou o choro angustiante e assustado do meu filho. Teimava em não largar o meu pescoço como se eu estivesse a preparar-me para atirá-lo para um rio cheio de crocodilos. Foi assim que me fez sentir. Foi com um nó na garganta que o deixei a chorar. E não foi a primeira vez que passei por isto.
Nunca me considerei uma mãe superprotectora. Fui daquelas que ao fim de 3 meses de licença de maternidade, desesperava por ir trabalhar. Fui daquelas que não pus férias a seguir à licença e fui daquelas a quem nunca passou pela cabeça pedir qualquer redução de horário. Com 4 meses entreguei os meus filhos na creche e fui alegremente trabalhar, aliviada por conversar com gente grande e largar as fraldas e biberons por umas horas. Obviamente que poucas vezes disse isto a alguém. Quando o tentei senti olhares de horror...que raio de mãe é esta? Simples, acho que sou uma mãe que para além de mãe, é mulher. A minha vida não gira em torno das roupinhas, gracinhas e afins. Amo muito os meus filhos, são as pessoas mais importantes na minha vida mas... ser mãe não é a única coisa que me define como pessoa. E, apesar de tudo isto, hoje senti-me mal. Fui para o trabalho sem sorrir, fui para o trabalho sem lá estar.
Quando o fui buscar...estava como eu o esperava (como era costume). Transpirado de tanto jogar a bola. Uma imagem de felicidade.
O facto de ter de o levar a dois hospitais diferentes, de ter de aviar mais um rol de remédios, de ter ido comprar ténis novos para os miúdos, fazer o jantar, dar banhos, preparar roupas e afins...fez-me encarnar, novamente,  a mãe desempoeirada, que desejou com todas as suas forças, que chegasse a hora do xoninho (com ou sem vontade).

2 comentários:

  1. Minha amiga não, …
    Não tem de declarar ao mundo em tom de confissão, como se tivesse cometido o 8º pecado capital, relembro para quem já esqueceu estas coisas da religião que são só 7; Gula, Avareza, Luxúria, Ira, Inveja, Preguiça, Soberba;
    Tão bem que eu convivo com eles!
    E aquela dos 10 mandamentos???
    Bom, mas voltemos ao que me trouxe aqui porque a minha vida não é isto, e tenho de ir trabalhar! Quer dizer, não é, mas quase! Deixei o maldito vício do tal Facebook, não sei se conhecem? E agora dou comigo a falar com alguém em jeito de “Olá bom dia, como está a vizinha?” Aquela cena de conversa de elevador.
    Como se conhecesse a Senhora pelo som dos seus pés de a ouvir todos os dias no andar de cima, e agora cá estou eu para aqui, a tentar desculpa-la nem sei bem de quê, tipo a dizer-lhe “Ah não, não fez barulho nenhum quando entrou em casa às 2h da manhã e foi a correu para a casa de banho antes de tirar os sapatos de salto alto”
    Mas onde é que eu ia mesmo?
    Já sei! No 8º pecado capital!
    Minha amiga,
    Agora vou dar uma de quem acha que percebe alguma coisa de crianças, sim porque eu de crianças só percebo das crianças dos outros, das que nunca choraram ao meu colo, das que só vão jogar comigo à bola porque sabem que no final têm um gelado, das que só se agarram ao meu pescoço mas para me abraçar e dizer que eu sou o seu melhor amigo. Eu realmente percebo muito pouco de crianças, e elas pouco de mim, pois se percebessem não diriam tal coisa, quem quer ser o meu melhor amigo? Bom, uma criança talvez, porque ainda não tem consciência da realidade.
    Mas esperem, eu acabei de dizer que tenho um melhor amigo, sendo assim sou quase um tipo normal, tirando o facto de estar para aqui a escrever à não sei quanto tempo sobre um assunto sobre o qual ainda nada disse.
    Mas que poderei eu dizer sobre este relato na 1ª pessoa de uma mãe, bem posso dizer tanta coisa que agora já nada me ocorre, posso mesmo ficar calado e ir trabalhar que é para isso que me pagam!

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  2. Tu não podes passar um dia sem tomar os comprimidos...

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