quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

A prenda

Comecei por marcar as páginas. Sublinhar aquilo que faz mais sentido... para mim. Como gosto de fazer. Às tantas apetecia-me sublinhar tudo. Ler tudo. Não parar. Gosto deste homem. Do que diz. Do som da sua voz. Das pausas que faz. Do sentido que dá ao discurso. E agora, gosto do que escreve.
Não resisto a partilhar convosco alguns trechos:
"... sabemos que sempre que namoramos, todos os dias, casamos mais um bocadinho, é díficil ter um coração que saltita, compromissos profissionais, uma agenda familiar, um corpo que se cansa ou se revolta, as actividades extracurriculares, os trabalhos de casa, os banhos, as histórias, as lamúrias e as birras das crianças, alguém (na família) que fala por murmúrios ou por insinuações (e... atormenta), um chefe que reparte aqueles que "vestem a camisola" dos outros, com quem amua, uma conta cujos saldos nos prega sustos que se farta...".


"É díficil (muito díficil) gerir uma vida a quatro mãos."

"... tornamo-nos estranhos com um presente comum. E, quando é assim, por mais que todos os casamentos sejam para a vida, poucos amores serão para sempre."

"Sempre que desistimos de falar acerca do que sentimos desistimos mais um bocadinho dessa pessoa."

"O silêncio é o melhor amigo da angústia. (...) Mas como dos ressentimentos ao rancor há um único degrau a separá-los, amealhamos pequenas iras que jogamos, a pretexto de um motivo ridículo, dois anos depois. E, quando assim é, divorciamo-nos, em suaves prestações. Nunca nos divorciamos sozinhos, como vê. Mas divorciamo-nos por falta de namoro e de colo. E- sempre!- por mútuo consentimento."

"...amor é consciência alargada: um exercício de clarividência e uma experiência de tranquilidade e de desassossego; uma experiência que liga e religa, a quatro mãos: corpo e mente, sensibilidade, imaginação e fantasia, gestos e palavras, cérebros, memórias e consciências. Amor que liga e "religa" é comunhão."

Não é de facto fácil. Não é à toa que os filmes românticos costumam terminar com a cena do casamento dos protagonistas... em jeito de "e foram felizes para sempre!". O "filme" começa no casamento... essa é a verdade!



5 comentários:

  1. Já te disse que gosto muito do blog, pois já? :P
    Festas felizes!
    Bjsss

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  2. Não conhecia este livro. Agradeço a partilha.

    Manter um casamento "aceso" dá trabalho. Beijo

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  3. Eheheh! Teté!! Já te disse que adoro os teus comentários??? Beijos e Feliz Ano 2012

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  4. Helena,
    Este livro é... tudo aquilo que o nosso íntimo sabe mas que nem sempre se recorda...

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  5. não conhecia o livro, mas já fiquei cheia de vontade de ler... e concordo plenamente contigo... a história começa depois do 'e foram felizes para sempre'...

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