quinta-feira, 8 de março de 2012

Ode à mulher

Ora escolhi este belo dia em que comemoramos o facto de sermos dotadas de um pipi para vos relatar uma das minhas jornadas. Pode ser a de ontem, que ainda está fresca na minha memória e no meu esqueleto.
Bom. Começou às 6h15, mais ou menos. De olhos abertos mas vesgos, passou pela minha mente a possibilidade de meter um diazinho de férias (dos muitos que acumulei), para ficar na sorna. Equacionei o que ficaria por fazer e o trabalho que era ir de pijama dissimulado levar os miúdos à escola para depois voltar para a cama e... desisti (como sempre!). Tive 20 minutos a olhar para o tecto para depois me levantar (sim, não me levanto antes do meu telemóvel mandar!). Tive o tempo que necessito a cuidar desta bela imagem e entrei em modo tropa. “Acorda filhota. Acorda filhote. Vistam-se. Já é hora.” Reparem na suavidade. No amor. No carinho. Face ao total desprezo que me dirigem, começo a elevar o tom de voz até que chego mesmo aos gritos. “Não quero essas meias. As leggings não combinam com a camisola. Não quero leite. Quero chá. Eu já lavei os dentes ontem.” Tudo frases que despertam em mim uma urticária que me leva a contar em silêncio até ao infinito, antes de partir para a aplicação de castigos ou mesmo de penas físicas. Bom. Deixei as crianças na escola com cabelos lambidos, roupas escolhidas pelos próprios (!!!) e beijos que souberam... a silêncio e a alívio!
Em direcção à labuta. Algumas reuniões, trabalho, trabalho, trabalho. Almoço ao volante seguido de sessão de fisioterapia. Trabalho, trabalho, trabalho. “Vou sair mais cedo hoje”- anunciei. Ahahahah! Engraçada. Saí um pouco depois da hora. Troquei 20 mensagens com marido combinando compras, horários, jantar... fui a superfície comercial. Horas à espera que moçoila lenta de movimentos arranjasse o salmão (bahhhh).
Buscar crianças. Primeiro uma e depois outra. Recolher casacos, mochilas, recados. Transportar mercadorias para dentro de casa. Hora: 18h20. Tudo contado. Fazer jantar. Desfazer mochilas. Conferir TPC’s. Estender roupa. Por a mesa. Chega marido.  Hora: 18h50. Saí. Corrida de uma hora. Voltei para casa. Hora: 20h30. Lavei o corpo. Oh... Esqueci-me de ir buscar umas coisas à minha mãe. Saí. Casa da mãe: engoli sopa, comi um kiwi. De volta para casa. Hora: 21h15. Miúdos ainda acordados. Preparar roupas, lanches. “Ajeitar cozinha!” (Sim, aquilo não ficou em condições). Deitar miúdos. Hora: 21h45. (Descarrilou...) Continuei a “ajeitar”. Mochilas da natação, almoço para o dia seguinte, roupa para a menina... Hora: 22h30. Liguei PC. Espreitei FC e Blog. Desliguei. Hora: 23h00.“Olá, marido! Tudo Bem? Vamos para a cama?”  Já andando... Marido foi a correr e a saltar entusiasmado com  convite. Encontrou-me a babar na almofada ... sim, sou gaja!

9 comentários:

  1. E não é um stress???
    Eu detesto esta sensação de andarmos sempre com os minutos contados. É que depois, quando não tenho que o fazer, parece que não sei viver doutra forma. Ando sempre acelerada!!!

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  2. O seu dia foi, de facto, uma maratona de coisas a fazer cronometradas aos minutos.

    Um beijinho

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Mais um post delicioso!
    Parabéns!
    Gosto de ler aquilo que escreve.
    Rio-me e penso que não podia ser senão assim.
    Merecia um dia especial: o da Super Mulher. Esse sim defendo-do com unhas e dentes.

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  5. espectacular...fartei.me de rir...
    parecido com o meu...tirando a corridinha...

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  6. ahahahah!!!!!!!! muito muito bom, só de ler fiquei super super cansada......
    mesmo apesar desta canseira ...... mas mesmo assim,sempre com um sorriso na cara(tua), ao longo da semana,
    há , a história do almoço ao volante , já te apanheia nessa situação

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  7. Uau... quando passamos tudo para o papel é que temos a noção do quanto conseguimos fazer em tão pouco tempo.
    Só 1 questão: em meia-hora o jantar feito, TPC's conferidos, roupa estendida, etc??? Que vitaminas tomas, que eu também quero??

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  8. Oh Mary...é tudo uma questão de português. O jantar foi preparado, isto é, temperado e colocado no forno. Os TPC's foram feitos no ATL e eu apenas vi e valiei. A roupa estendi mesmo... mas vale, não vale? Bjs

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