sábado, 28 de abril de 2012

Parecenças

Toda a minha adolescência e juventude choquei de frente com a minha mãe. Porque comecei a namorar cedo, porque queria a mesma liberdade dos meus irmãos, porque, porque, porque... tinha aquela ideia - comum - de que nunca seria igual àquela figura.
Tudo passou. No momento que coloquei o pé de fora para crescer, tudo se dissipou. Com o passar dos anos, esta relação foi-se modificando e evoluindo.
Do choque passámos à paz.
Da paz passámos à cumplicidade.
Hoje, olho para mim e ainda vejo muitas diferenças. A personalidade é oposta. Mesmo! A maneira de viver e de relacionar com os outros é incomparável mas, apercebo-me que alguma coisa é muito semelhante. Hoje pensei nisto porque repitia, sem me aperceber, os seus gestos.
Tive os meus dois filhos na mesa da cozinha a fazer os trabalhos de casa. Sob as minhas orientações. Sob o meu olhar exigente. Sob a minha preocupação com o seu futuro. Ao mesmo tempo passei a ferro e fiz um bolo para o fim-de-semana.
Ora a estudar, ora a ajudar, ora conversar, ora a rir. E eles sempre ali. E eu. 
Igual à minha mãe.

1 comentário:

  1. A tão famosa frase, "quando fores mãe vais perceber", só faz sentido mesmo quando deixamos de ser os filhos e passamos a ser também mães.

    Um beijinho

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