quarta-feira, 4 de abril de 2012

Miopia e sinapses de má qualidade dão nisto

Não sei se já partilhei convosco que sou míope até mais não. Sem óculos ou lentes de contacto, basicamente, não vejo um boi. Depois de um metro de distância pode estar um serial killer a babar-se com um garrote na mão que eu vou ao seu encontro para um abraço ternurento. Mas se é certo que não vejo nada, também é certo que não sinto- praticamente- esta limitação. Desde que me lembro que uso lentes de contacto. Sabem, aquelas mensais que nas mãozinhas aqui da menina chegam a durar um semestre... quando as tiro, isto é, 5 minutos antes de ir para a cama, coloco os óculinhos. Atenção que eu até gosto muito de me ver de óculos. Acho que até me dá uma certa graça (!!) mas, não suporto os constrangimentos associados... as pingas da chuva, as dedadas, as lentes embaçiadas e... claro está, o estigma associado à utilização de tal acessório. Mas dizia eu: mal sinto esta dificuldade visual. Com excepção da noite. Todos os dias, invariavelmente, deito metade do conteúdo da mesa de cabeceira ao chão. Não estou a exagerar. Garrafa de água, livros, molduras, telemóvel... vai tudo ao ar enquanto tento alcançar os óculos. E para que é que eu preciso dos óculos? Para ver as horas quando não consigo encontrar o telemóvel (que habitualmente aproximo à distância de 15 centimetros, para conseguir distinguir os algarismos). E porque é que vos estou a contar estes pormenores nada glamourosos da minha vida? Porque não tenho mais nada para fazer e o meu cérebro faz associações à velocidade da luz.
E como se processou o meu pensamento até chegar a este brilhante texto? Vejamos.
Desejava, em silêncio, não acordar novamente às 4 da manhã, como aconteceu ontem. Depois de me recordar que não dormi nada, lembrei-me que fiz o maior cagaçal esta noite. E porquê? Porque cheguei tarde a casa e coloquei o meu telemóvel a carregar na mesa de cabeceira do meu marido. Depois acordei àquela bela hora mas não sabia às quantas andava pois não encontrei o telemóvel que não estava no local habitual (e cujo destino dado por mim própria eu já tinha eclipsado da minha mente). Não encontrando o telemóvel, deitei meio mundo ao chão para agarrar os óculos. Depois de vasculhar, sem sucesso, o tapete e arredores, não me restou outra opção. Galguei por cima do meu marido até à distância que me possibilitou perceber, no seu relógio despertador, que eram quatro da matina.  E depois de todo este ritual (atinge contornos de rotina porque acontece praticamente todos os dias) acabei por despertar. E voilá! Não dormi nada! Resumindo, se calhar, só se calhar, isto de não ver muito bem, até incomoda.

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