terça-feira, 28 de agosto de 2012

Três Vivas para o contexto

Sim, o contexto! Aquele conjunto de dados que nos permite perceber as mensagens!
As chamadas circunstâncias que, de forma directa e simples, evitam que uma desgraça suceda. Confusos? Vou explicar. Hoje à tarde tive uma reunião numa daquelas empresas que cheiram a eficiência e respiram eficácia. Ambientes de puro profissionalismo e imagem cuidada. Zonas de alta produtividade e competência. Um daqueles locais em que entramos e o Sr. da recepção emite um discurso robótico alheio a piadolas e sorrisos. Bom. Não foi a primeira vez! Aliás, tem sido uma prática comum nos últimos tempos. Mas hoje foi demais. Antes que permitissem a minha entrada, e depois dos habituais procedimentos de identificação, pois que o senhor me tirou uma fotografia. Para a direita. Para a esquerda. Sorria para a câmara. Cartão emitido e anexo a outro altamente tecnológico que abriu as portas para aquele outro mundo, tão distante do meu. Portas e mais portas. Cartões e luzinhas e... silêncio. Os robots humanos produziam. E eu ainda pensava na fotografia... Para quê? Ora, sou visitante e estou ali. Estão-me a ver. Para quê uma fotografia ao pescoço? E eis que surge a primeira dificuldade de compreensão. Chego ao destino. Arrumado, limpo e... mudo. Tal e qual onde tive os meus filhos. Começa a reunião. Reina a distância e a formalidade. Tudo bem! O problema é outro. Quem está à minha frente simplesmente fala outra linguagem. É inglês, nada de especial! Mas não é um Olá, tudo bem! nem um E que tempo se pôs hoje em pleno Agosto! São termos técnicos não portugueses. Nem sequer os habituais benchmarking, core business, stakeholder e afins! Cargos, procedimentos, estratégias... em versão "inglês pomposo". E agora já faz sentido: três vivas para o contexto! Por momentos pensei "É só sorrir e acenar. Sorrir e acenar". Mas não foi necessário! Graças ao compincha do contexto -esse porreiro- a mensagem passou. A comunicação fluiu e a formalidade deu lugar à descontração. Afinal não somos assim tão diferentes... ganhamos é menos (falo de mim, é claro).

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