segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Meia com meia

Se me perguntassem agora o que gostava de fazer, respondia simplesmente que o gostava de fazer devagar. Seja o que for. Preciso dessa quietude. Dessa calma. Queria tudo igual. Em câmara lenta. Queria escrever isto devagar. Pensar no que queria escrever, lentamente. Estender a roupa sem pressa. Meia com meia. Brincar sem olhar para o relógio. Fazer um puzzle! Dizer não a algumas coisas. Mesmo não. Sem culpas. Sentar-me e beber o café sem sequer recordar-me do que devo fazer a seguir. Uma espécie de férias, no quotidiano. Um jeito de ser, diferente. Quase superior. Com poder e sobranceria. Escolho o que quero e não quero. Informo da decisão, olhos nos olhos. E faço-o. Como se de um gelado se tratasse. Que se come na directa relação: calor e vontade. Nem demasiado rápido, nem demasiado depressa. Assim. Na velocidade certa que o impede de derreter nas mãos.
Talvez esteja só doente mas... gostava de fazer tudo com calma. É só.

4 comentários:

  1. É mesmo isso, se eu ganhasse algo do nível do euro milhões não comprava nada, vivia devagar :-)

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  2. inventaram-se tantas coisas para nos facilitar a vida, mas esqueceram-se de nos avisar que teríamos por isso que fazer o dobro das coisas em metade do tempo. era tão melhor que pudéssemos viver com calma, sem dúvida.

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  3. Já la vai o tempo em que sabia o que era calma...também quero

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