quarta-feira, 4 de junho de 2014

Suspiro. Ora senta-te aqui à minha beira

"Mamã, tenho uma boa notícia! O Vicente gosta de mim e da Margarida!"
Suspiro. Em segundos reflito em silêncio. Digo, ou não digo? Explico ou deixo assim? Faz sentido agora ou agora é mesmo assim? Ainda em segundos lembro-me de um telefonema de há minutos atrás. Sobre uma menina que já não é menina, que gosta de um menino que já não é menino e que vive num mundo que não é o mundo que queria para si. E penso novamente: gostar em pequeno é diferente de gostar em grande? Agora é mesmo assim ou vale a pena explicar que não deve ser esse o mundo que se quer para si?
Já passaram mais do que uns minutos e vejo-a a passar de um lado para o outro, despreocupada e feliz. Ainda assim, acho que lhe vou dizer. Que é possível gostar de uma e de outra... e é possível viver assim. Mas que não se vive nem com uma nem com outra. Não totalmente. Não plenamente.
Não vou dizer nada, resolvi. 
Não é para agora.