terça-feira, 22 de julho de 2014

O possível

Adoro fotografia. Gosto mesmo. Sigo, com genuíno interesse pessoas que não conheço, apenas porque gosto daquilo que registam. E sigo muitas outras a quem digo olá de quando em vez, que vejo todos os dias ou que conheço como quem conhece o rei de Espanha. Mas depois fico a pensar e chego a ter mesmo um sentimento de comiseração. Passando os olhos pelo Instagram, ele é fotos do mais bonito que se possa imaginar. Casais de costas, inundados por um por do sol, perfis e olhares distraídos, caras iluminadas pela luz certa... uma parafernália de momentos partilhados que despertam em mim uma séria curiosidade. Por acaso aquelas pessoas arrastam atrás de si fotógrafos? Vão a correr até um lago, sentam-se num jardim e simulam uma perfeita abstração até ao clique digital? Pergunto-me! Genuinamente! Eu, se quero tirar uma foto de mim própria tenho duas hipóteses: enveredo por uma selfie descarada e depois tenho vergonha de publicar ou peço a alguém que me tire uma fotografia e depois faço um sorriso que me inunda a cara de dentes (tal o embaraço do pedido.) Resumindo, faço aqui o elogio do meu Instagram. É de minha autoria. É fofinho. E... tem os meus pés...





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