Ele liga-me todos os dias às 13h00. Invariavelmente estou acompanhada e atendo-o com atenção. Chamo-o pelo nome, com esforço consciente para não verbalizar o nosso habitual. Não há lugar a "querido", "amor", "xuxuzinho" ou outro termo comum. Os nossos nomes são parvos. E quando eu digo "parvos", quero dizer que são verdadeiramente idiotas. Cada vez que atendo o telefone, faço-o, assim, com cautela. Para que não o ouçam, para que eu não me esqueça de dizer "Tiago". Distante, robótica. Depois, invariavelmente, refila comigo "não me ligas" e eu rio-me. Respondo-lhe que tenho mais do que fazer e ele ri-se. Desligamos. Nas horas que se seguem combinamos quem vai buscar quem, as compras, os quilómetros a correr, a cor da roupa a lavar, a ementa do jantar- toda uma produção naquela que é a nossa empresa. Aquela que construímos de raiz e cuidamos todos os dias. Horário non stop, com um verdadeiro amor à camisola. Há dias em que a máquina emperra, que os resultados nos deixam apreensivos e os nomes, as brincadeiras e os sorrisos dão lugar à frustação, ao medo e à insegurança. Mas na manhã seguinte, abrimos a porta outra vez e enfrentamos mais um dia.
É mesmo o amor. E que bonito :)
ResponderEliminare é mesmo assim! :)
ResponderEliminarconheci o meu marido no trabalho, e ainda trabalhamos juntos... mas ultimamente são mais os dias que almoço sem ele, do que com ele... mas fazemos questão de se não estamos juntos enviarmos um sms um ao outro durante o almoço. :) pequenos gestos que nos pôem um sorriso na cara, não é verdade?
É verdade, sim! Bjs
EliminarAdorei!!! A rotina pode ser assim, vital e é dentro dela que sobrevive o amor verdadeiro! Parabéns pelo post, um beijinho...
ResponderEliminarObrigada!! Bjs
EliminarOh tão bom!!! <3
ResponderEliminar∞ Desabafos e Coisas ∞
Bolas, é mesmo assim, tal e qual.
ResponderEliminarAs crianças precisam de rotinas para se sentirem amadas e seguras e, será que nós também?
Muitas felicidades.