sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Algures num corredor

Um deles atirou-me com um copo de plástico à cabeça. Foi o Pedro, lembro-me bem. Recordo-me, igualmente, da dor lancinante e do cantinho do corredor onde me enfiei. Não sei se chorei. Não tenho a certeza. Talvez tenha apenas fungado num beicinho. Sei, contudo, quando o comecei a fazer. À séria. Ouvi a porta da rua, os passos na escada e a chave na porta. Foi exactamente aí. Irrompi num soluçar antes contido. 
Há quem diga tudo na altura. Há quem grite, chore, se desfaça. E há quem espere. Quem se controle até ao consolo certo. Ou, apenas, engula em seco.

1 comentário: