domingo, 1 de novembro de 2015

Meu Novembro

Numa conferência, há dias, uma oradora que muito admiro disse-o com todas as letras. Sou uma pessimista nata. Aquelas palavras não eram esperadas daquela mulher jovem, inteligente e incrivelmente bonita. Fiquei admirada tal como todos os restantes que se moveram desconfortáveis nas cadeiras. A moda existe até no estado de espírito. Hoje, impera o ser positivo. Tudo é para cima. Alegre. Divertido. Prazeiroso. O oposto é sintoma de fraqueza ou de qualquer outra característica menor. Não faço a apologia da tristeza, longe disso. Mas gosto da liberdade. Acho que é isso. Poder ir contra a maré. Gosto de dizer, sem reservas, que adoro o inverno. Que sou romântica e talvez um pouco melancólica. Que espero o pior para ficar tremendamente feliz com o melhor. Que me rio muito mas sorrio ainda mais. E que estou muitas vezes triste, sem saber exatamente porquê. Gosto deste meu Novembro que se parece comigo. Porque chove e tem esta luz que me obriga a acender luzes pequenas e velas com cheiro a canela. Porque permite envolver-me em mantas de xadrez quando a casa cheira a fermento levedado e a chá preto. Gosto deste Novembro que não é triste. Apenas doce. 


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