domingo, 12 de fevereiro de 2012

Técnicos de produção pos mortem

Ontem, eram umas duas da manhã quando me fui deitar. Como habitual, já no conforto dos meus lençóis polares, fui ler as notícias através do telemóvel. Eis, então, que deparei com a notícia da morte da Whitney Houston... E a única coisa que me ocorreu foi que... lá os desgraçados dos funcionários das televisões deviam estar a ir a correr de pijama para a estação, para fazer o famoso vídeo de homenagem. Eu sei que a minha mente é estranha e que qualquer pessoa, perante este conhecimento, se lamentou por tamanha perda e recordou com pesar músicas e filmes onde a personagem se destacou. Aqui a menina...ao invés, imaginou logo qual seria a designação do cargo ocupado por estes funcionários. Pensei nas suas funções. Imaginei que deviam ter uma listagem de todas celebridades, das mais variadas artes, classificada por ordem de importância. O critério não é a notoriedade, julgo eu. A importância relaciona-se, sim, com a probabilidade da morte. Ora, devem estar no topo da lista, os velhinhos, os adictos, os que já estão doentes e por aí adiante. Consoante a gravidade, inicia-se toda uma recolha de imagens, histórias e quiçá testemunhos. Quando a pessoa falece, lá vai o funcionário (que deve até receber um subsídio de emergência) a correr, envergando um modelito íntimo, só para colocar as datas, incluir as últimas imagens, fazer o alinhamento e acertar a música. Questiono-me como será a avaliação de desempenho destes funcionários. Se produzir o vídeo nas primeiras horas da morte do visado, cumpre o objectivo. Se passar mais de um dia até estar pronto, não cumpre. E para superar? Pode sempre produzir o video antes da pessoa falecer...
A verdade é que esta gente tem um vídeo! Antes, depois, durante... têm um registo. Uma homenagem. Outros tantos, caem no esquecimento. Bom... se me ouvissem cantar a música que celebrizou Whitney Houston, tenho a certeza que não se esqueceriam de mim...

Gosto muito desta!

1 comentário:

  1. Acho que muitas homenagens e vídeos a quem morre, a notícia a abrir e a fechar telejornais, de uma grande hipocrisia. As homenagens, as peças sobre o que determinado artista deu ao mundo e o quão grato nós estamos e esse tipo de coisas fazem mais sentido enquanto as pessoas estão vivas. Ainda para mais quando há um lado negro que nos leva a pensar que mais dia menos dia "vai-se".

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