sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Só pelo prazer da escrita#1... um dia na minha escola primária

Pá! Grande estalo! Assim, daqueles que nos fazem rodar sobre o nosso próprio corpo. Lembro-me como se fosse hoje. Em pé, em frente a todos, dado pela minha professora que, por acaso, era minha tia. Uma fofinha, está visto. Tudo começou por causa de uma vírgula. Um pequenina e singela vírgula. Um pequeno traço que, no meio de tanta tinta e grafismos diversos, tão pouca importância tinha. Mas era A vírgula! A que não existia e eu criei. A vírgula que me deu um estalo!
O teste era de matemática e eu era uma criança inocente. As contas de dividir estavam lá para me assustar e eu reagi. Dava-me mais jeito que aquela, precisamente aquela conta, tivesse uma vírgula. O resultado surgia na minha mente simples e claro. Vi a cor do enunciado e procurei uma caneta preta. Lembro-me de ver a mínuscula bolinha a rolar. E voilá! Conta feita. Entreguei o teste orgulhosa. Com centrimetros crescidos de tanta eficácia revelada. E lembro-lhe de encolher-me quando o recebi. Quando o recebi juntamente com a reprimenda. Na cara. Em frente a todos. Pela mão da minha tia. Estranhos dias. Os da minha primária. Onde subia às árvores e apanhava caracóis. Encantada pelo Chico, juntamente com as outras 323 raparigas. Com a ginástica matinal para acordar os que ainda adormeciam na carteira e com os inúmeros pacotes de leite que jurei estarem estragados. Estranhos dias os da minha primária. Onde era pequenina como ainda sou.

5 comentários:

  1. Também jurei tantas vezes que os pacotinhos de leite estavam estragados! Mas estavam mesmo... Caramba, já nem me lembrava disso :)

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  2. Estragados?!?!? Vá lá, azeditos... Se não sabes a resposta, altera a pergunta...
    Costumava fazer isso nos testes de Português. Perguntavam-me X e eu, como sabia de Y, falava de Y. O mesmo se aplicava a História e a Filosofia...

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  3. :) <3 (prometo escrever o meu assim que consiga...!)

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  4. Eu lutava pelas caixas onde vinham os pacotes de leite...na altura pareciam o maior bem material que se podia obter. Ser pequeno...é bom nunca se deixar de ser ^^

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  5. Acabei de desenterrar uma série de memórias aqui deste baú bafiento!!! A mim não foi a vírgula a autora do estalo, mas sim o milímetro, que na minha cabeça de 7 ou 8 anos, queria ser maior que o centímetro! E os malfadados pacotes de leite!!! Só deixaram de mos enfiar pela goela abaixo quando o médico confirmou a minha intolerância à lactose, após muitos pacotes de leite vomitados!!! estranhos dias, também estes da minha primária! ;-) beijinhos

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