terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Deixem-se de coisas. Mandar à merda não é a mesma coisa

O menino é alto, bonito e simpático. Esta será a descrição mais comum no terceiro nível do ensino básico quando se pede aos pequeninos para descrever alguém.Tais adjetivos são, na minha opinião, insuficientes para um qualquer retrato. Sinceramente, eu gostaria de introduzir todo um novo conceito nos relatos descritivos associados à pessoa humana [por exclusão da pessoa animal]. Da minha singela experiência existe uma lacuna por preencher. Não há relato fiel sem uma referência à capacidade de mandar foder. Leram bem. Na verdade, ou uma pessoa aguenta-se sem um "vai-te foder" ou não simplesmente não se aguenta. Imaginem dois conjuntos com uma minúscula interseção. De um lado, estão os explosivos. Ao mínimo estímulo, lá sai a frase e calou! No outro círculo estão as pessoas como eu. Mordem-se, reviram os olhos, desejam que lhes caiam os dentes da frente mas... Silêncio... A frase não sai. Acho mesmo que devia fazer parte do nosso currículo! "Olá, eu sou o Alberto, formado em engenharia informática, experiência de três anos numa multinacional e... Já não mando ninguém foder há 35 dias." Ora o Alberto está ali no meio, na confluência dos dois grupos. Não sei o que é de valorizar. Não sei mesmo. Se os que dizem, se os que engolem em seco ou se os que estão no limbo. Hoje, estive quase quase quase a chamar-me Alberto. O Alberto num dia mau, claro!

3 comentários:

  1. ahahahahaha :) Eu sou das que luto comigo mesma para me conter e não mandar alguém foder. Cada um com as suas lutas, somos todos iguais por isso, apenas de formas diferentes :)

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  2. Pois quando é assim, toca a ser Alberto em dia mau, SIM!
    (diz o rôto ao nú ;-) )

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  3. E o pior, é que para quem não é natural e espontâneo, ... se força a dita frase ... Não é a mesma coisa.
    Fica quase como "olhe desculpe, faça favor de ir ali ter relações consigo sim..."

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