domingo, 5 de agosto de 2012

Estação das bábas


A segunda semana sem Internet é colmatada com histórias. Factos reais que, de tão ricos e pitorescos, ultrapassam o conteúdo de qualquer endereço electrónico ou notícia virtual. São horas e horas passadas em roda. Sentados em cadeiras de verga, na rua, enfrentado as melgas e o ar fresco. Mas, eu nem sempre entendo o que eles dizem. Não percebo o significado dos seus termos. Dizeres tão distantes daquilo que estou tão habituada a ouvir. Contudo, 17 anos de convivência permitem-me que peça esclarecimentos…que diga “quê?” ou “não percebo nada do que estão para aí a dizer!” Foi o caso da “estação das bábas”. A explicação veio pronta e é simples. Aqui- de repente- começaram a proliferar, às claras, as casas de meninas. Mas não são umas casas quaisquer, não senhor! Em primeiro lugar, distinguem-se porque a sua especialidade são brasileirinhas gostosudas. Aquelas que esfregam os seus bumbuns (estupidamente empinados e duros) na vista diurna de quem, com elas, partilha as pequenas ruas desta terra alentejana. Leggins brancas, branquinhas que deixam transparecer, não só as “calcinhas” das meninas, como as benfeitorias que lhes são atribuídas no período da noite. Sim, porque quando são confrontadas por alguma esposa de pedra da calçada na mão, transferem toda a culpa para a falta de carinho no casamento. “Nós não os obrigamos. Se vêm até nós é porque vocês não os fazem felizes. Não lhes dão carinho”. Não vou discutir ou tecer comentários. Só partilho esta história das bábas porque me fez rir até mais não. E vamos a explicações! Estação porque param lá todos… das bábas porque, regra geral, os clientes têm mais de 70 anos. Assim- e nas palavras da relatora- não deixam lá outra coisa, senão… bába. Mas, melhor, melhor, é que já se apagaram lá três. Três!! E quando digo que se apagaram é porque morreram mesmo! Parece que a coisa não vai lá com as festinhas, mesmo sendo de nacionalidade brasileira, e assim, as meninas- previdentes- dão uma ajudinha extra. Uns comprimidos azuis que têm à cabeceira. Acontece que, os benditos remédios não se dão bem ou com a cerveja, ou com o vinho, ou com a gostosura das miúdas…. Não sei! Facto é que caem que nem tordos! Mentira! Houve um que não tomou os químicos. O jovem tinha tanto álcool no sangue que se tornou desagradável. Ora, aquilo é uma casa do prazer. A menina, que não é uma amadora, empurrou-o. Profissional como é, fez com que a sua cabeça batesse exactamente numa quina. Foi-se. E esta é a história resumida e censurada da estação das bábas! Prazer, bába e mortos. Por esta ordem.
Não consigo exprimir por palavras a riqueza dos relatos. Os pensamentos e juízos… Mas o melhor estava para chegar... Já em jeito de conclusão, o discurso masculino (até então de repudio) foi, mais ou menos, o seguinte: “No meu tempo é que era a sério! As meninas íam à revisão (!!!). Eram inspeccionadas por uma médica (!!!) e a gente sabia ao que ía (!!!). Agora é tudo uma podridão!”

Só me ocorre dizer “xuxu beleza!”

4 comentários:

  1. Pois...antigamente é que era...LOLOLOLO

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  2. E.... morreu o quarto! Enforcou-se. Verdade, verdadinha. Parece que acabou-lhe o dinheirinho e as saudades eram muitas. Devem ser boas, mas boas!

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