A segunda semana sem Internet é
colmatada com histórias. Factos reais que, de tão ricos e pitorescos,
ultrapassam o conteúdo de qualquer endereço electrónico ou notícia virtual. São
horas e horas passadas em roda. Sentados em cadeiras de verga, na rua,
enfrentado as melgas e o ar fresco. Mas, eu nem sempre entendo o que eles
dizem. Não percebo o significado dos seus termos. Dizeres tão distantes daquilo
que estou tão habituada a ouvir. Contudo, 17 anos de convivência permitem-me
que peça esclarecimentos…que diga “quê?” ou “não percebo nada do que estão para
aí a dizer!” Foi o caso da “estação das bábas”. A explicação veio pronta e é
simples. Aqui- de repente- começaram a proliferar, às claras, as casas de
meninas. Mas não são umas casas quaisquer, não senhor! Em primeiro lugar,
distinguem-se porque a sua especialidade são brasileirinhas gostosudas. Aquelas
que esfregam os seus bumbuns (estupidamente empinados e duros) na vista diurna
de quem, com elas, partilha as pequenas ruas desta terra alentejana. Leggins
brancas, branquinhas que deixam transparecer, não só as “calcinhas” das
meninas, como as benfeitorias que lhes são atribuídas no período da noite. Sim,
porque quando são confrontadas por alguma esposa de pedra da calçada na mão,
transferem toda a culpa para a falta de carinho no casamento. “Nós não os
obrigamos. Se vêm até nós é porque vocês não os fazem felizes. Não lhes dão
carinho”. Não vou discutir ou tecer comentários. Só partilho esta história das
bábas porque me fez rir até mais não. E vamos a explicações! Estação porque param lá todos… das bábas
porque, regra geral, os clientes têm mais de 70 anos. Assim- e nas palavras da
relatora- não deixam lá outra coisa, senão… bába. Mas, melhor, melhor, é que já
se apagaram lá três. Três!! E quando digo que se apagaram é porque morreram
mesmo! Parece que a coisa não vai lá com as festinhas, mesmo sendo de
nacionalidade brasileira, e assim, as meninas- previdentes- dão uma ajudinha
extra. Uns comprimidos azuis que têm à cabeceira. Acontece que, os benditos
remédios não se dão bem ou com a cerveja, ou com o vinho, ou com a gostosura
das miúdas…. Não sei! Facto é que caem que nem tordos! Mentira! Houve um que
não tomou os químicos. O jovem tinha tanto álcool no sangue que se tornou
desagradável. Ora, aquilo é uma casa do prazer. A menina, que não é uma
amadora, empurrou-o. Profissional como é, fez com que a sua cabeça batesse
exactamente numa quina. Foi-se. E esta é a história resumida e censurada da estação
das bábas! Prazer, bába e mortos. Por esta ordem.
Não consigo exprimir por palavras
a riqueza dos relatos. Os pensamentos e juízos… Mas o melhor estava para chegar... Já em jeito de conclusão, o
discurso masculino (até então de repudio) foi, mais ou menos, o seguinte: “No
meu tempo é que era a sério! As meninas íam à revisão (!!!). Eram
inspeccionadas por uma médica (!!!) e a gente sabia ao que ía (!!!). Agora é
tudo uma podridão!”
Só me ocorre dizer “xuxu beleza!”
De volta..thank god...
ResponderEliminarPois...antigamente é que era...LOLOLOLO
ResponderEliminarXiiiiiii, J'asus! :)
ResponderEliminarE.... morreu o quarto! Enforcou-se. Verdade, verdadinha. Parece que acabou-lhe o dinheirinho e as saudades eram muitas. Devem ser boas, mas boas!
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